Já foi falado aqui e em outros cantos -- e está mais do que claro pra todos os jazzófilos que acompanham a evolução do jazz -- que o pianista Vijay Iyer, junto à novos jovens-mestres do piano como Jason Moran e Matthew Shipp, causou um frisson na comunidade jazzistica americana, ainda acostumada com os ecos wyntonianos, e brindou o jazz contemporâneo com um novo espasmo de modernidade. O jazz de Iyer, seja com seu quarteto (onde colabora o excelente altoísta Rudresh Mahantappa) ou em trio, não é uma música de swing definível, de linhas melodiosas ou de harmonias claras: antes, é um jazz intrincado que entrelaça influências exóticas do jazz moderno -- como a harmonia monkiana, por exemplo --, influências vanguardistas -- pitadas da mística de Sun Ra, influências do estilo livre de Andrew Hill e da estética M-base de Steve Coleman -- com certas influências da música indiana, já que seus pais são indianos. Em seus discos iniciais, Vijay Iyer mostrou um estilo próprio com bases no free jazz -- deixando mais evidente a influência do peculiar estilo pianístico de Andrew Hill -- e no M-Base de Steve Coleman -- o album Blood Sutra, por exemplo, é um dos registros que mostra bem essa intrincância, esse entrelace de influências. Mas, como se não bastasse a indefinição da crítica quanto à rotulagem aos trabalhos de Iyer, o pianista também lançou trabalhos mais "elásticos", onde ele une esse seu estilo único com cortes do hip hop e spoken word: vide discos como In What Language? e Still Life with Commentator, ambos com a colaboração do rapper Mike Ladd. Já em seus discos mais recentes, Iyer mostra menos a influência do m-base e imprime uma roupagem mais próxima ao modern post-bop, soando um pouco mais "elástico" e "apreciável" -- talvez por uma imposição da sua nova gravadora, o selo ACT, a qual alçava o Esbjorn Svensson Trio à fama mundial (antes da morte do pianista-lider), e também por estar antenado, justamente, com os aspectos desse novo jazz imposto por novos pianistas como Robert Glasper e Aaron Parks e, lógico, o falecido Esbjorn Svenson, pianistas os quais desde sempre impregnaram, em seus temas, climas harmônicos e linha melódicas provenientes do rock contemporâneo, do hip hop e neo-soul (leia-se rhythm'n'blues contemporâneo).
Historicity (Iyer)
Big Brother (Stevie Wonder)
Somewhere (Bernstein)
Mystic Brew (Ronnie Foster)
Dogon A.D. (Julius Hemphill)
Our Lives (Iyer)
Smoke Stack (Andrew Hill)
Vijay Iyer - piano, leader
Stephan Crump - bass
Marcus Gilmore - drums
Listen Now: Vijay Iyer Trio at Newport 2009
Com um trio que já começa ganhar credibilidade e reconhecimento -- formado com o contrabaixista Stephan Crump e o baterista Marcus Gilmore --, Vijay Iyer vem apresentando seu estilo ao grande público com mais veemência e flexibilidade: fazendo se valer não só de temas de compositores da vanguarda passada e das suas composições intrincadas, mas também usando temas do pop e rock contemporâneo que vai de Stevie Wonder à cantora pop M.I.A. Afora a homenagem ao lendário Dave Brubeck, a 55ª edição do Newport Jazz Festival 2009, fez questão de mostrar ao público somente legendas que estão caracterizando esse novo jazz norte-americano que parte do neo-bop do tradicionalista Branford Marsalis, passa pelo novo fusion da pianista Hiromi Uehara e aporta-se no pop vanguardista da banda The Bad Plus: e no meio de todos esses panteões do jazz contemporâneo, lá estava Iyer com seu trio, mostrando que esse frescor atual também surge com a contribuição do seu estilo único, o qual injetou um novo marco de modernidade nas produções jazzísticas atuais. A sua atuação em trio no Newport Jazz Festival 2009 consistiu em divulgar o repertório do seu novo disco, o Historicity, lançado também em 2009. No repertório eclético, o qual Iyer transfigura para mostrar sempre sua marca inconfundível, há, além das suas próprias composições, temas de Julius Hemphill, Stevie Wonder, Leonard Berstein e da cantora pop M.I.A. Para quem quiser, então, conferir como é o rosto do novo disco de Vijay Iyer, chamado Historicity, ouça sua atuação na 55ª edição do Newport Jazz Festival transmitido pela rádio FM WGBH de Boston e disponibilizado pela NPR (rádio pública americana): clique no link acima e se deleite com 60 minutos de puro improviso. E, por favor, depois, se tú gostar, compre o disco, né!!!
Historicity (Iyer)
Big Brother (Stevie Wonder)
Somewhere (Bernstein)
Mystic Brew (Ronnie Foster)
Dogon A.D. (Julius Hemphill)
Our Lives (Iyer)
Smoke Stack (Andrew Hill)
Vijay Iyer - piano, leader
Stephan Crump - bass
Marcus Gilmore - drums
Listen Now: Vijay Iyer Trio at Newport 2009
Com um trio que já começa ganhar credibilidade e reconhecimento -- formado com o contrabaixista Stephan Crump e o baterista Marcus Gilmore --, Vijay Iyer vem apresentando seu estilo ao grande público com mais veemência e flexibilidade: fazendo se valer não só de temas de compositores da vanguarda passada e das suas composições intrincadas, mas também usando temas do pop e rock contemporâneo que vai de Stevie Wonder à cantora pop M.I.A. Afora a homenagem ao lendário Dave Brubeck, a 55ª edição do Newport Jazz Festival 2009, fez questão de mostrar ao público somente legendas que estão caracterizando esse novo jazz norte-americano que parte do neo-bop do tradicionalista Branford Marsalis, passa pelo novo fusion da pianista Hiromi Uehara e aporta-se no pop vanguardista da banda The Bad Plus: e no meio de todos esses panteões do jazz contemporâneo, lá estava Iyer com seu trio, mostrando que esse frescor atual também surge com a contribuição do seu estilo único, o qual injetou um novo marco de modernidade nas produções jazzísticas atuais. A sua atuação em trio no Newport Jazz Festival 2009 consistiu em divulgar o repertório do seu novo disco, o Historicity, lançado também em 2009. No repertório eclético, o qual Iyer transfigura para mostrar sempre sua marca inconfundível, há, além das suas próprias composições, temas de Julius Hemphill, Stevie Wonder, Leonard Berstein e da cantora pop M.I.A. Para quem quiser, então, conferir como é o rosto do novo disco de Vijay Iyer, chamado Historicity, ouça sua atuação na 55ª edição do Newport Jazz Festival transmitido pela rádio FM WGBH de Boston e disponibilizado pela NPR (rádio pública americana): clique no link acima e se deleite com 60 minutos de puro improviso. E, por favor, depois, se tú gostar, compre o disco, né!!!
2 comentários:
Vágner,
Este pianista é uma grande surpresa. Merece toda a atenção. Publicamos em nosso blog em 25/10/2009 uma crítica sobre este disco.
Abraços
Edson Santos / Sojazz
Sim caro Edson! Inclusive linkei a crítica postada la no SoJazz com esse post: basta apenas passar o mouse sobre a imagem do disco e verá rs...
Obrigado por nos acompanhar!
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