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Podcast Perfil - A saga e o estilo do maestro Moacir Santos, um dos maiores mestres da música brasileira !!!

Coisas (Forma), de 1965
The Maestro (Blue Note), de 1972
Saudade (Blue Note), de 1974
Carnival Of the Spirits (Blue Note), de 1975
Opus 3, nº 1 (Discovery), de 1978 
Ouro Negro (Adventure Music), de 2001
Choros & Alegria (Biscoito Fino), de 2005


Olá queridos colegas e visitantes do Blog Farofa Moderna! Sejam bem vindos a mais um dos nossos programas da série "Perfil", uma série, à época, de números de podcast produzidos para o Portal MTV em 2009 e 2010 onde eu tentei esmiuçar a personalidade musical dos grandes mestres do jazz e da música instrumental brasileira. Neste programa o mestre abordado é ninguem menos que o maestro Moacir Santos, considerado pelos críticos como um dos principais arranjadores e compositores brasileiros, um verdadeiro renovador e inovador da harmonia e do arranjo da música instrumental brasileira -- na verdade, a influência do compositor perpassa o território da música instrumental, causando admiração, também, em músicos e cantores da MPB. Em todos os discos abordados no podcast (e relacionados acima), o que se ouve é um estética de música brasileira  mesclada de grooves e nuances harmônicas que englobam tanto o american soulful como o brazilian rhythms, algo que só Moacir conseguiu imprimir: ou seja, nos ingredientes estavam elementos provenientes da bossa nova, do samba, do jazz, do funky, da soul music (ele empregava muito arranjos vocais no estilo de corais a capella), da música nordestina e africanidades da world music, todos esses elementos destilados em arranjos modernos, grooves geniais e em todo um conjunto de idéias próprias do mestre.



Zé Nogueira, Moacir Santos, Mario Adnet

Com a carreira musical iniciada ainda nos anos 50, Moacir Santos, pernambucano de origem, mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalhou na Radio Nacional, onde atuou ao lado de nomes como Radamés Gnattali e Paulo Tapajós, além de se inteirar do meio artístico da cidade carioca, estabelecendo parcerias com cancionistas como Vinícius de Moraes e Mário Telles em diversas composições. Iniciando a carreira como saxofonista de bandas diversas -- de bandas militares à orquestras de rádio -- Moacir Santos também desenvolveu, em seus anos de rádio, grande fama como arranjador e maestro e professor de música. Foi mestre de grandes nomes da música instrumental e popular tais como Paulo Moura, Oscar Castro-Neves, Baden Powell, Maurício Einhorn, Sérgio Mendes, João Donato, Roberto Menescal, Dori Caymmi, Airto Moreira, Gilberto Gil, dentre outros. Além de tudo isso, Moacir Santos também foi muito requisitado para compor trilhas para cinema nos anos 60: compôs trilhas para os filmes "Love in the Pacific", "Seara Vermelha"(Rui Aversa), Ganga Zumba (Cacá Diegues), O Santo Médico (Sacha Gordine), e Os Fuzis (Ruy Guerra), entre outros. Aliás, foi através do filme "Love in the Pacific" (Zygmunt Sulistrowski, 1970) que ele ganhou uma viagem do governo brasileiro para representar sua trilha em Hollywood na época da estréia, o que possibilitou que ele escolhesse ficar morando nos EUA até os dias finais da sua vida.

Coisas 1965CarnivalChoros

No Brasil, em termos de registro, Moacir já havia lançado o álbum "Coisas" (Forma, 1965): através dos grooves e arranjos modernos, esse registro já mostra a preocupação do maestro em fugir dos  esteriótipos da bossa nova e do samba jazz -- o disco acabou se tornando cult e o LP acabou se tornando material de desejo dos colecionadores. Já nos EUA, enquanto lutava pra sobreviver de música, Moacir foi descoberto por ninguém menos que o pianista Horace Silver, o que possibilitou que ele fosse preterido pela Blue Note em sua nova fase setentista -- época do soul jazz, jazz-funk e fusion --, fase mais eclética e comercial -- e Silver, uma das pratas da gravadora, foi não só seu protegé como também um grande amigo, fan e admirador. Pela Blue Note, Moacir Santos lançou os seguinte discos: The Maestro (1972), Saudade (1974) e Carnival of the Spirits (1975). Ainda Morando nos EUA, Moacir lançaria, em 1978, o disco "Opus 3, Nº 1" pelo selo Discovery. Todos esses discos gravados lá nos USA mostram, aí, uma estética de música brasileira casada com o funky e a soul músic, numa pegada que só Moacir conseguiu imprimir.

Nas décadas de 80 e 90, Moacir Santos sofreria um grande ostracismo: apesar do sucesso no Brasil, nos anos 60, e nos EUA, nos anos 70, o maestro foi praticamente esquecido pelo público e crítica, sendo lembrado apenas pelos grandes mestres que haviam sido seus alunos. Mas, graças ao seu legado registrado em álbuns inovadores e arranjos históricos, um conjunto de músicos e cantores, capitaneados pelo violonista Mário Adnet e pelo saxofonista Zé Nogueira, resolveram resgatar a importância do mestre. Em 2001, Adnet e Nogueira produziram o sexto álbum do maestro, Ouro Negro (com patrocínio do Governo e lançado lá fora pela Adventure Music), com o intuito de recolar o nome de Moacir nos holofotes e no imáginário do público brasileiro como um mestre de tanta importancia quanto tiveram Villa-Lobos e Tom Jobim: participaram do projeto grandes músicos e cantores como Milton Nascimento, Ed Motta, Djavan, João Donato, Gilberto Gil, dentre outros. Em 2005, ano anterior à sua morte, Moacir Santos lançaria o álbum Choros & Alegria, também produzidos por Adnet e Nogueira, tendo a participação especial do trompetista americano Wynton Marsalis. Em ambos os discos, Ouro Negro e Choros & Alegria, o intuito foi claro: transcrever os arranjos e composições históricas de Moacir afim de resgatar a importância e o lagado do mestre. Nos EUA, Moacir ainda teria grande ajuda do próprio Wynton Marsalis, seu grande fã, para que seu nome voltasse à tona: recentemente, Mario Adnet e Zé Nogueira produziram um show em tributo ao maestro no suntuoso Jazz at Lincoln Center, onde o trompetista é diretor artístico. Wynton Marsalis, encantado com a arte do mestre chegou a dizer: "A música de Moacir Santos, capta a alma e a essência das pessoas. Ele é uma espécie de Duke Ellington brasileiro". Ouça!

 

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