Ela é uma das grandes "divas" da verve instrumental do jazz mainstream -- podendo ser, aliás, de uma grandeza tão considerável quanto as de outras grandes legendas femininas como, por exemplo, a veterana Geri Allen, pianista do estilo do M-Base --, mas aqui no Brasil é muito pouca conhecida entre os amantes do gênero. Nos anos 90, ela foi uma das discretas "young lions", chegando a ser muito requisitada para acompanhar novos e veteranos músicos como Joe Henderson, Wayne Shorter, J.J. Johnson, Branford Marsalis, Roy Hargrove, dentre muitos outros. Ela também tem uma carreira solo já concretizada em mais de uma dezena de discos, sem contar as gravações colaborativas. Com uma reputação e carreira já bastante celebradas -- ainda que ela seja discreta e de pouco estrelismo --, esposa do pianista Bill Charlap e pianista efetiva do grande coletivo San Francisco Jazz Collective -- que já abrigou feras como o trompetista Nicholas Payton, o saxtenorista Joshua Redman e o vibrafonista Bobby Hutcherson e agora conta com outros feras como o trompetista Dave Douglas, o altoísta Miguel Zenon, o saxtenorista Joe Lovano e o vibrafonista Stefon Harris --, a canadense Renee Rosnes não é um apenas um toque de beleza num meio de marmanjos virtuoses; e muito menos é uma instrumentista mediana que acabou sendo superestimada no meio musical. Se na mídia especializada seu nome não aparece no top dos rankings e das listas, entre os músicos ela é uma unanimidade: seus dedos destilam improviso e sua energia, quando alçada ao êxtase, pode ser comparada à energia de um Kenny Kirkland ensandecido.
Seu mais recente projeto, além dos discos e da maratona de shows que tem realizado com o SF Jazz Collective, é o disco em duo com o marido, lançado recentemente em 2010 pela Blue Note: trata-se do álbum Double Portrait, um dueto de pianos, onde esposa e marido exploram o improviso em torno de temas de grandes compositores do jazz (como, por exemplo, Wayne Shorter e Joe Henderson) e do songbook do pop tradicional americano (como George e Ira Gershwin, Howard Dietz e Arthur Schwartz). Para quem quiser acompanhar a destreza da moça, o link abaixo dá acesso para uma performance musical sua no lendário clube Village Vanguard (gravado pela NPR, National Public Radio). E vejam só quem são os feras que a acompanham: o vibrafonista Steve Nelson, o contrabaixista Peter Berstein e o baterista Lewis Nash -- só alguns dos monstros movidos a adrenalina. Ouçam! Os temas são:
"Summer Night" (Warren)
"Traveling Blues" (Tyner)
"Supper Time" (Berlin)
"Mirror Image" (Rosnes)
"Travessia" (Nascimento/Brant)
"Let The Wild Rumpus Start" (Rosnes)
"Mr. Gentle and Mr. Cool" (Ellington/Baker
2 comentários:
Estou ansioso pra ouvir este disco. Boto fé! Pena que to no trabalho!
vagner,
piramidal...obrigadão pela grande dica...sonzaço
abraçsonoros
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