Por Leonardo Alcântara
No final de 2007, mais precisamente na véspera de Natal, fomos surpreendidos com a notícia da morte do nosso querido Oscar Peterson. Nesta última segunda-feira (29), no final de mais um ano, outro jazzista genial nos deixa: após sofrer um ataque cardíaco, o trompetista Freddie Hubbard morre aos 70 anos de idade.
Segundo seu empresário, o também trompetista David Weiss, do New Jazz Composers Octet, Hubbard morreu no Sherman Oaks Hospital, no noroeste de Los Angeles. Ele havia sido hospitalizado no dia 26 de novembro.
Nas últimas semanas, aconteceram diversos rumores sobre o estado de saúde de Hubbard. O diário Washington City e o site JazzTimes publicaram notícias que davam conta de que o trompetista havia sofrido um ataque cardíaco e entrado em coma.
2008: O renascimento e o fim de Hubbard
Em junho de 2008, os fãs de jazz foram presenteados com o álbum On the Real Side (70th Birthday Celebration), que celebrava os 70 anos de carreira do trompetista e marcava a sua volta às gravações, o que não acontecia desde o álbum New Colors (2001) devido ao seu estado de saúde. Acompanhado do The New Jazz Composers Octet, Hubbard revigorou o seu repertório regular, sendo elogiado por público e crítica especializada.
Hubbard foi conhecido por sua versatilidade. Tocou com os principais nomes, como Thelonious Monk, Miles Davis, Cannonball Adderley e Coltrane, além de ter participado das principais transformações do jazz durante seus 50 anos de carreira. A revista DownBeat descreve-o como tendo uma sonoridade que combinava a técnica de Clifford Brown, a bravura de Lee Morgan e a sensibilidade de Miles Davis. Sua obra inspirou diversas gerações de músicos, que admiraram o seu estilo exuberante de tocar.
“Ele influenciou todos os trompetistas que vieram depois dele”, disse Marsalis. “Certamente eu ouvi muito do seu trabalho... Todos nós o ouvíamos. Ele tem esse som alto, um grande senso de ritmo e tempo e a grande marca do seu estilo é uma exuberância. Sua técnica é exuberante”.
Hubbard, obrigado por tudo! JM
"The night has a thousand eyes" (Berna, 1989)
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