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Podcast - Free Jazz e Improvisação Livre em São Paulo: o surgimento de um novo cenário de improvisadores...

Olá galera, depois de mais de um ano sem editar um novo programa para o nosso Podcast Farofa Moderna, trago-vos um inédito  falando do novo cenário de músicos de improvisação livre de São Paulo -- sejam bem vindos, pois, a mais um programa comentado aqui no blog. Leiam e ouçam!

Rômulo Alexis

Flavio Lazzarin, João Ciriaco, André Calixto
Marcos Moreira Motta
Rubens Akira
Alex Dias

Biaggio Vessio

Flavio Lazzarin, Luiz Galvão

Mnstr Combo: participações de Flávio Lazzarin (bateria, percussão), Rubens Akira (bateria, trompete, clarone), Vagner Pitta (violino), Renato Atunes (cello), Alex Dias (contrabaixo), João Ciriaco (contrabaixo), Luiz Galvão (guitarra), Romulo Alexis (pocket trumpet), Thiago Salas, entre outros...

Duo Flac: Flávio Lazzarin (bateria, percussão), André Calixto (sax e clarineta)

Aparelho AntiTerror:  Alex Dias (contrabaixo), João Ciriaco (contrabaixo) e Flávio Lazzarin (bateria e percussão)

Mnemosine 5: Biaggio Vessio (guitarra), Romulo Alexis (pocket trumpet), Vagner Pitta (violino), Luiz Gubeissi (contabaixo) e Marcos Moreira Motta (bateria).


Bom...falemos um pouco sobre a improvisação livre antes de falarmos desses músicos, muitos dos quais amigos e parceiros deste que vos escreve. Ficamos acostumados a enxergar a improvisação musical através das vertentes mais populares do jazz como sendo uma "interatividade organizada" entre músicos que tocam instrumentos convencionais e baseada em rítmos, grooves, harmonias e melodias. Mas a improvisação musical, "organizada" ou "livre", já existia desde os primórdios da música: não há nenhuma dúvida, por exemplo, que Johann Sebastian Bach, compositor alemão do período barroco, foi um dos mais excelentes improvisadores da história da música (já que há indícios, na sua biografia, de que muitas das suas peças foram frutos de fugas e improvisações ao orgão e ao cravo); da mesma forma, na música erudita romântica e moderna, a maioria dos compositores que escreveram música de concerto para solistas -- tais como Brahms, Lizt, Stravinsky, Debussy, Schoenberg, Berio e tantos outros --  abriram espaço na música escrita para a improvisação através de cadências livres, muitas vezes criadas no ato da performance ao gosto e talento do executante. Mas também já nos é claro que o jazz foi a forma de arte a elevar a improvisação musical para os mais elevados caminhos até hoje presenciados na história da música. 


Aliás, foi mesmo por influência da música erudita moderna desencadeada por Stravinsky, Schoenberg, John Cage e outos vanguardistas, que músicos de jazz como Lennie Tristano, Cecil Taylor, Ornette Coleman, Eric Dolphy, John Coltrane e Albert Ayler deram início as idéias que se desencadearam na estética do free jazz, onde a atonalidade, a aleatoriedade e outros conceitos musicais modernos levaram o jazz para improvisações cada vez mais livres e distantes de tradições americanas como  o blues, gospel, soul, swing e etc. Foi daí para frente, então, que outros músicos americanos e europeus como Anthony Braxton, Evan Parker, Peter Broztmann e Han Bennink, entre outros, deram início à estética da Improvisação Livre, já totalmente distante das tradições arcaicas do jazz (vide ao lado, por exemplo, o seminal álbum The Topography of the Lungs, lançado em 1970 e considerado um clássico da improvisação livre!) . Por ser uma estética desenvolvida  quase sempre no território europeu, a improvisação livre criou uma dicotomia entre os músicos, apreciadores e críticos da música moderna e pós-moderna: alguns a defende como sendo uma estética de vertente jazzística, outros a defende como sendo uma estética independente advinda dos ecos do modernismo europeu -- porém, independente desse dilema, a verdade é que ambos os lados, os europeus e os americanos, estão dando continuidade a esta forma de arte musical. 


O barato da improvisação livre é usar todo um conjunto de técnicas (convencionais e/ou extentidas) para produzir uma reunião de sons e frases inusuais que represente uma música criada na hora da performance sem nenhuma pré-elaboração, ou seja, improvisações que se configurem em uma composição instantânea e que represente, por exemplo, uma sinestesia com as artes plásticas e suas estéticas (abstração, expressionismo, impressionismo e etc) -- ou seja, não se trata de uma música nos moldes dos temas e improvisos do jazz (apesar das naturais convergências com as sonoridades jazzísticas) e nem nos moldes das canções convencionais. Na improvisação livre é importantíssimo o desenvolvimento pessoal do músico em prol da sua personalidade como um improvisador capaz de criar coisas inusitadas: cada um, com sua própria personalidade e do seu próprio modo, deve-se desenvolver as chamadas técnicas extendidas (técnicas que o próprio músico cria para produzir efeitos sonoros inusuais) em instrumentos convencionais e/ou objetos e instrumentos inventados; deve-se estudar formas variadas de  interatividade em grupo (contraponto, caos organizado e diálogos); deve-se estudar muitos conceitos de acústica e timbrística para ser capaz de produzir timbres, nuances e atmosferas sonoras que impactem o ouvinte de alguma forma. Além disso, uma outra faceta que tem se tornado comum na improvisação livre pós-moderna é a reunião de sons e formas advindos das mais variadas estéticas e remontadas numa performance de composição instantânea, as chamadas "colagens musicais": trata-se de improvisar sons, frases e formas do rock, do jazz, da música erudita, da música africana e oriental, entre outras, para criar peças de estruturas inusitadas .

Phill Wachsmann

Thomas Rohrer
Antonio Panda Gianfratti
Marcio Mattos

 Aqui no Brasil -- mais especialmente em alguns locais de São Paulo, Porto Alegre e Recife, e com a ajuda de improvisadores brasileiros veteranos como Panda Gianfratti e o suíço naturalizado brasileiro Thomas Rohrer -- muitos músicos (jovens e quais queiram participar) estão tendo acessão a esta estética musical através de vários workshops, oficinas e intercâmbios com improvisadores americanos e europeus. Para quem está acompanhando a cena, sabe que as duas principais fontes de música criativa em São Paulo são os SESCs e o Centro Cultural São Paulo. Desde 2009, por meio da curadoria de Juliano Gentile e dos esforços de Panda Gianfratti e Thomas Rohres, tem acontecido, no Centro Cultural São Paulo, diversos festivais de free jazz e improvisação livre com diversos concertos, workshops e oficinas, possibilitando o surgimento de novos lanços entre músicos interessados: através desses festivais, dos quais eu também algumas vezes participei, o público da cidade tem tido acesso a diversos improvisadores estrangeiros que nunca (ou pouquíssimas vezes) haviam pisado os pés por aqui, como o violoncelista Marcio Mattos, o baterista Han Bennink, o clarinetista Hans Koch, o guitarrista John Russell, o saxofonista Ken Vandermark, o violinista Phil Wachsmann, o percussionista  Sabu Toyozumi, entre outros. Esses esforços, aliados com os esforços de jornalistas e blogueiros na internet, vem possibilitando o surgimento não apenas de novos apreciadores, mas o surgimento de um novo cenário de improvisadores paulistas e paulistanos e, consequentemente, um novo processo de formação de público interessado neste tipo de arte musical. Neste podcast, portanto, lhes apresento alguns desses músicos em variadas formações: apresento-lhes as publicações do baterista Flávio Lazzarin e seus companheiros do ABC paulista através do selo Zumbidor e apresento as aventuras da minha banda Mnemosine 5, composta por mim e por músicos paulistanos que se conheceram através das oficinas do CCSP. Este dois cenários de músicos jazzistas e improvisadores de São Paulo -- a capital e o ABC paulista -- representam um significativo avanço na diversidade cultural deste que é o estado brasileiro mais rico e multicultural, ainda que esta seja uma arte restrita a poucos -- o público, aliás, é formado mais por pessoas cultas que são capazes de sair das amarras da mídia e todas suas propostas clichês para procurar outras formas de arte. Apresento-lhes, então, as nossas aventuras por estas novas trilhas da improvisação livre. Para curtir sem estranhar o amargo, basta enxergar a música como sendo uma forma de arte onde se é comum o questionamento e o estranhamento, uma forma de arte que nem sempre tem de ser bela ou estruturada nos moldes musicais convencionais que a mídia e o mercado nos apresenta. Boa Audição!



2 comentários:

Fabricio Vieira disse...

Grande Podcast! Só gente de primeira!

Mauro Rocha disse...

Ótimo podcast e ótimo blog. Linkado como blog recomendado no blog:

www.oritmodostempos.com

Saudações musicais!

Outros Excelentes Sites Informativos (mais sites nas páginas de mídia e links)