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Podcast e o Box "Wynton Marsalis 50 Anos": o perfil e a atemporalidade do mestre que representou o renascimento do jazz na era da pósmodernidade!

Certa feita, eu vi uma piada em inglês na internet que dizia mais ou menos assim: "Os fãs do trompetista Wynton Marsalis são mais ferozes ao defendê-lo do que os fanáticos por Jimmy Hendrix ou Ozzy Osbourne". A piada, descabida ou não, fazia referência a um fato inquestionável: Wynton criou uma obra ímpar sem concessões comerciais ou apelos às tendências da cultura pop, ganhou vários prêmios Grammy e outras honrarias com ela, já chegou na casa dos milhões de discos vendidos e, consequentemente, fez seu público em escala mundial -- e com esse público, claro, também vieram os detratores. Wynton, membro de uma representativa família de músicos de New Orleans, acaba  de completar 50 anos de vida -- na carreira, já são 30 anos de glória ininterrupta. Mas apesar de toda sua fama, ele não é uma unânimidade -- nem em New Orleans, nem em Nova York, nem em lugar algum do planeta. Talvez nenhum músico da história do jazz tenha sido odiado com a mesma proporção que é tão amado quanto Wynton Marsalis, que, além de venerado trompetista e compositor, também é o manda-chuva do Jazz at Lincoln Center, em Nova Iorque: a lista de ouvintes que lhe odeiam inclui numerosos fãs de músicos progressistas como Miles Davis, Anthony Braxton e John Zorn, haja vista a sua já manifestada concepção contrária a esses e outros músicos libertários, os quais, portanto, são impedidos por ele de se apresentarem no seu Jazz at Lincoln Center;  porém, a lista de ouvintes que lhe amam inclui uma grande leva de americanos nacionalistas e aqueles fãs que são apegados ao jazz nas suas formas mais autênticas, além de numerosos apreciadores de música erudita, já que ele brilhou nestes dois ramos musicais, sendo um intransigente defensor das tradições; e há, por que não?, aqueles ouvintes que, embora sejam apegados à música de vanguarda, também conseguem apreciar a obra do trompetista com o deleite que um fã de rock sente ao ouvir, esporadicamente, um concerto de Beethoven. Tido por muitos como um líder genial e virtuoso, Wynton Marsalis é considerado o responsável pelo fenômeno do "renascimento do jazz" que se iniciou em  meados das décadas de 80 e 90: não à toa, em 1990 ele apareceu na capa da revista Time -- onde foi consagrado na condição de "trumpet master" e como o principal expoente da "nova era do jazz" iniciada naquela época -- e, em 1997, ele ganhou um prêmio Pulitzer pela genial e extensa composição Blood on the Fields. Tido por outros como um músico exibicionista e retrógrado, Wynton já chegou a ser acusado de, sozinho, retardar o processo de evolução do jazz nessas últimas décadas: isso porque, através do seu impactante sucesso, a maioria dos músicos foram direta ou indiretamente influenciados por sua concepção de resgate aos valores deixados pela tradição, além do já citado fato de que ele fundou um mega centro de jazz, o chamado Jazz at Lincoln Center, onde só contrata músicos que tenham essa visão revivalista.



Contudo -- e conflitos à parte --, a discografia de Wynton Marsalis está repleta de álbuns espirituosos, criativos e ousados -- isto é, poucos músicos da história do jazz conseguiram lançar uma sequencia de álbuns tão primorosa e tão repleta de diferentes temáticas; e no campo da composição, sua escrita ousada só encontra paralelo em Duke Ellington e Charles Mingus. Quem ouve Wynton Marsalis vê logo que ele trata a música de maneira atemporal, onde o antigo é tão importante quanto o moderno. Nos anos 80, inspirado pela fase modal de Miles Davis e seu "segundo grande quinteto", Wynton trabalhou com um superquinteto que resgatou de forma muito contemporânea as variabilidades do bebop: a suas abordagens eram tão rítmicamente intrincadas e tão ricas em harmonia modal, que muitos críticos pensaram que ele estava tomando um caminho mais progressista -- aliás, por causa da sua gana em se autoproclamar amante da "velha guarda", atualmente o próprio trompetista evita de falar desses registros dos anos 80, talvez com receio de que aquela sonzeira represente, para as pessoas mais desavisadas, um paradoxo ou uma contradição em relação ao seu conservadorismo mais recente. No final da década de 80 ele voltou-se inteiramente para o blues, inspirando-se em Louis Armstrong. Na década de 90, ele trabalhou com seu emblemático Septeto e fundou a sua big band Lincoln Center Jazz Jazz Orchestra: com esses conjuntos, além de lançar uma série de releituras a standards, resgatar integralmente os velhos estilos do New Orleans e do Swing e empreender releituras aos grandes mestres do jazz, ele se tornou um compositor venerado, compondo peças para balé e grandes suítes que logo seriam consideradas obras-primas da historia recente -- Charles Mingus e Duke Ellington, como já citado, foram suas principais inspirações para esta fase. Já na década de 2000, Wynton deu mais ênfase  à sua ousadia como compositor erudito, escrevendo peças sinfônicas para grandes orquestras -- como as filarmônicas de Nova York, Los Angeles e Berlim --, e lançando álbuns de jazz de pouca expressão em relação aos anteriores: afora o álbum que faz uma releitura da A Love Supreme com a sua big band LCJO, Congo Square (para big band e ensemble de percussão) e From the Plantation to the Penitentiary (com a cantora Jeniffer Sanon e segundo quinteto) foram os dois únicos álbuns de composições próprias dessa fase que podem ser equiparados às obras primas anteriores. E é assim que este grande músico -- que é conservador no discurso, mas é muito original e ousado na escrita -- chega aos seus 50 anos de idade. Para 'wyntomaníacos' ou para apreciadores de música em geral que quiserem ter uma iniciação à obra do mestre, ele acaba de lançar um box que é uma edicão comemorativa aos seus 50 anos de aniversário: o box contém dez CD's (vide fotos acima e abaixo) que foram lançados entre 1999 e 2002 -- lembrando que só entre 1999 e 2000, o gajo lançou a impressionante sequência de nove álbuns, cada um com contexto e temática diferente um do outro, abrangendo do seu jazz à sua composição erudita. Muitas dessas obras, a maioria, já foram abordadas aqui: caso queira ouvir os discos do box abaixo, clique na tag "Wynton Marsalis" no final do post, para acessar os outros posts com as variadas facetas do trompetista. Clique sobre as imagens para acessar outras fontes de informação. Ouça também o podcast a seguir:


A FIDDLER'S TALE (released March 1999) - música de câmera composta por Wynton em paráfrase à obra História do Soldado, de Stravinsky

STANDARD TIME, VOL. 4: MARSALIS PLAYS MONK (April 1999) - Wynton e seu Septeto recria algumas das exóticas composições de Thelonious Monk

AT THE OCTOROON BALLS (June 1999) - A primeira peça que Wynton escreveu para quarteto de cordas: baseada em elementos sonoros do jazz, cajun e da cultura creole de New Orleans.

BIG TRAIN (July 1999) - suíte para big band com imagens sonoras de New Orleans: inspirada no estilo de arranjo de Duke Ellington.

SWEET RELEASE & GHOST STORY (August 1999) - dois balés escritos por Wynton Marsalis para uma das companhias de dança moderna de Nova York: com a big band.

STANDARD TIME, VOL. 6 - MR. JELLY LORD (September 1999) - uma releitura às magníficas composições de Jelly Roll Morton, um dos primeiros grandes mestres do início do jazz.

REELTIME (November 1999) - trilha sonora do filme épico Rosewood composta por Wynton, mas que, apesar de encomendada, não foi usada no filme.

SELECTIONS FROM THE VILLAGE VANGUARD BOX (March 2000) - seleções das apresentações ao vivo de Wynton Marsalis e seu Septeto numa temporada no mítico nightclube novaiorquino The Village Vanguard

THE MARCIAC SUITE (August 2000) - uma suite imagética que Wynton escreveu baseado na cidade de Marciac, na França: com o Septeto.

ALL RISE (October 2002) - a magnífica "Sinfonia No.1" escrita por Wynton para big band, coro e orquestra sinfônica: a obra foi estreada com glória pela Filarmônica de Nova Iorque e gravada pela excelente Filarmônica de Los Angeles, dirigida por Esa-Pekka Salonen.


Podcast Perfil - Dos anos 80 aos anos 2000: Wynton Marsalis Quintet & Wynton Marsalis Septet

Albuns abordados:

Think Of One (1983)
Black Codes - From the Underground (1985)
Joe Cool's Blues (1995)
Standard Time, Vol.6 - Mr. Jelly Lord (1999)
The Marciac Suite (2000)
Standards & Ballads (2008)
From the Plantation to the Penitentiary (2007)

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