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Flying Toward the Sound: de forma belamente impressionista, a pianista Geri Allen evoca os "anjos criadores".

Ela andava meio que sumida dos holofotes midiáticos. Em 2010, porém, ela lança dois álbuns de uma vez só: um, lançado no início do ano – e do qual este post fala –, é um projeto de piano solo chamado Flying Toward the Sound; o outro, lançado em Junho, evidencia seu quarteto chamado Timeline. Mas, independente da sua reaparição, a pianista Geri Allen, uma das maiores jazzistas que as últimas décadas revelaram, não é um tipo de artista da qual se deva ter apenas um álbum e, muito menos, perdê-la de vista ou esquecê-la. Ora, essa senhora já transitou livremente entre os núcleos criativos do free jazz através das suas associações com músicos como Andrew Cyrille e Joseph Jarman, foi uma das fundadoras do M-Base de Steve Coleman, já liderou um trio de sucesso com Charlie Haden e Paul Motian, já geriu projetos fantásticos e elogiadíssimos em canais como Downbeat, JazzTimes e New York Times – como o álbum Zodiac Suite Revisited (uma releitura da suite original de Mary Lou Williams) – e já integrou o legendário quarteto de Charles Lloyd, realizações essas que muitos músicos desejariam ter em seus currículos.


1 Flying Toward the Sound  6:03
2 Red Velvet in Winter 5:56
3 Dancing Mystic Poets at Midnight 4:24
4 God's Ancient Sky 16:06
5 Dancing Mystic Poets at Twylight  3:23
6 Faith Carriers of Life 7:00
7 Dancing Mystic Poets at Dawn  5:44
8 Flying Toward the Sound (Reprise) 6:23
9 Your Pure Self (Mother to Son)  5:07


Sem lançar algo novo desde 2006, a inovadora pianista ressurge do limbo com um álbum de temática curiosa e de primor inquestionável: já pra começar, o título Flying Toward the Sound, vem acrescido com o real propósito no subtítulo “A Solo Piano Excursion Inspired by Cecil Taylor, McCoy Tyner and Herbie Hancock”. A capa do álbum evoca a mística dos anjos: e o material, constituído de solos cristalinos e introspectivos, faz jus à essa temática de “som angelical” – algo, aliás, que é realizado numa forma de “música improvisada” tão melódica quanto única. Não fosse o subtítulo, poucos ouvintes – até mesmo os de ouvidos mais apurados – conseguiriam perceber as conexões dos improvisos introspectivos da pianista com os estilos do pianistas celebrados: Cecil Taylor, McCoy Tyner e Herbie Hancock, três dos maiores e mais inovadores pianistas da geração pós-60's. Dotada de um estilo contemporâneo muito único – e sendo, ela mesma, um dos pilares do piano contemporâneo desde os tempos em que fazia parte do movimento M-Base, uma concepção inovadora criada pelo saxofonista Steve Coleman nos anos 80 –, Geri Allen até celebra esses “anjos criadores” deixando explícitas, em suas linhas de improvisos, algumas observâncias estilísticas relacionadas aos estilos de cada um deles, mas ela faz isso da sua forma e com seu renovado estilo impressionista e angelical, sem querer soar demasiadamente alusiva, sem querer “copiar” ou “reler” tais mestres – tanto, que o material é totalmente autoral. Embora a obra não siga um determinado rigor estrutural, trata-se de uma suíte de nove peças, onde o ouvinte não sabe distinguir quais partes foram escritas e quais estão sendo improvisadas, tamanho o impressionismo vigente. Em sua totalidade, a obra é intitulada “Refractions: Flying Toward the Sound”. Sendo “refractions” uma denominação dada a cada uma das partes alusivas, a faixa título, por exemplo, é inspirada no estilo do post-bop de McCoy Tyner, mas com um impressionismo que não deixa claro nenhuma linha melódica ou rítmica: a peça é constituída de frases ligeiras que vão do médio ao agudo, tendo, como espaçamento entre elas, acordes e arpejos contemplativos – a mão esquerda, quando não arpeja, também fraseia, mas apenas em respostas contrapontísticas menos carregadas à mão direita. A segunda faixa, “Red Velvet in Winter”, começa bem alusiva ao estilo do balançado de Herbie Hancock – basta imaginar o seu sorriso forçado e o balançar do seu corpo toda vez que ele começa a tocar algo mais funky ou bop –, mas Geri Allen vai desconstruindo essa impressão ininterruptamente através de improvisos rápidos, sem deixar espaços entre as frases, diferindo, portanto, da primeira faixa. Já as inspirações em Cecil Taylor podem ser notadas, principalmente, na quinta faixa “Daincing Mistic Poets”: trata-se de uma peça curta onde o estilo percussivo do mestre do free jazz fica um tanto aparente, ainda que sem seu característico abstracionismo. Ademais, os amantes inveterados da improvisação contemporânea irão se deleitar em demasiado na quarta faixa, “God’s Ancient Sky” : com dezesseis minutos de duração, a peça é repleta de partes intimistas e rompantes repentinos de frases ligeiras, dando-nos as impressões de que os “anjos criadores” estão ora conversando, ora voando em velocidade para atender aos chamados de Deus. Concluindo, o álbum Flying Toward the Sound, lançado pelo desconhecido selo Motema, não é apenas um dos melhores registros de 2010, mas também é, individualmente, uma das provas de como a trajetória de um gênio pode estar acima dos limites estéticos, do que é certo ou errado em arte. Em termos técnicos, Geri Allen já passou a muito tempo pelo status de gênio do piano e começa a alcançar o status de “divindade” entre os astros do jazz contemporâneo.


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