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Jazz Europeu - A arte do pianista francês Baptiste Trotignon.



Quem acompanha o Farofa Moderna sabe que a partir de 2008 “descobrimos” uma pá de músicos interessantes – e entre eles, muitos pianistas. O piano, mais do que qualquer outro instrumento, esta passando por um momento muito prolífico nesse início de século: desde 2000 evidenciou-se uma leva de inovadores e talentosos pianistas de estilos próprios tais como Fred Hersch e Brad Mehldau – os quais já vinham se destacando na década de 90 –, Jason Moran, Mattew Shipp, Aaron Parks, David Kikoski, o sueco Esbjorn Svensson (falecido em 2008) e Vijay Iyer, pianista americano de descendência indiana, entre outros. No Brasil podemos nos orgulhar de falar do talentoso André Marques, pianista do Trio Curupira, e de André Mehmari, pianista e compositor dotado de um estilo próprio e requinte único. Mas neste post, seguindo com a nossa série de posts sobre o “Jazz Europeu”, o assunto é o pianista francês Baptiste Trotigon, uma das grandes revelações do jazz francês e europeu nesses últimos anos. Considerado um pianista da mesma linhagem e cacife do americano Brad Mehdau, Baptiste Trotignon foi, recentemente, destaque na capa da revista espanhola Cuarderno de Jazz, a qual destacou o lançamento do seu álbum, Share, gravado em 2009 em solo americano pela Sunny Side. Em 2010, o pianista acaba de lançar o excelente disco Suíte, pelo selo Naive.



Nascido em 1974, o pianista Baptiste Trotignon teve sua primeira chance de começar uma grande carreira em 1994, quando fez uma participação no filme “Le Noveau Monde”, de Alain Corneau. Em 1998 formou sua primeira banda, um trio com Clovis Nicolas no contrabaixo e Tony Rabeson na bateria. Em 2000, com esse mesmo trio, lança Fluide, seu primeiro álbum como líder. Na ocasião, com 26 anos, Baptiste foi alçado na condição de uma das principais revelações musicais da França e Europa: já em 2001, o álbum Fluide alcançou o prêmio Django d’Or. Em seguida Baptiste lançou seu segundo álbum em trio, o Sightseeing, considerado o Choc de L’Année pela revista Jazzman – sendo que a Academia de Jazz Francesa também lhe laureou com o Prêmio Django Reinhardt na categoria “Músico do Ano”. Em 2002 o pianista reafirmou sua posição privilegiada no cenário musical francês ao conquistar o Grande Prêmio da Cidade de Paris do Concurso Internacional Martial Solal. Trotignon seguiu lançando seu terceiro disco, Solo, em 2003, ano em que foi considerado a Revelação Francesa pelo Victoires du Jazz . Composto exclusivamente de composições originais, o álbum Solo foi agraciado com o ffff do Télérama, o Choc de L’Année da revista Jazzman e o Disque d’Emoi da Jazz Magazine. Em 2005, Trotignon lançou mais dois álbuns, ambos com merecidos destaques na crítica especializada: o Trotignon - El-Malek, que contou com a participação do sax-tenorista David El-Malek, e Solo II, um segundo capítulo da sua faceta em piano-solo, seguindo o estilo do álbum lançado em 2003. Ainda com David El-Malek, Trotignon lançaria, em 2007, o álbum Fool Time: esse no formato quarteto, tendo como sidemans o contrabaixista Darryl Hall e o baterista Dre Pallemaerts. Em 2008 relançou o álbum Solo, num grande concerto na histórica Salle Pleyel, sala por onde mestres como Miles Davis e Oscar Peterson tocaram.


Audio:Wayting - Album: Share










Com tantas notificações positivas relacionadas aos seus discos de requinte e estilo únicos, Baptiste Trotignon passou a ter grande notoriedade não só na França, mas também em territórios e eventos internacionais: tanto que, a partir de 2006, ele passou a participar de grandes eventos tais como Jazz in Marciac, Festival de Montreal (Vancouver), La Villette Jazz Festival, Montreux Jazz Festival , entre outros. Em 2008, através das colaborações culturais Brasil-França, ele fez sua primeira visita à America Latina, passando pelo Rio de Janeiro, onde deu um concerto na Sala Cecília Meireles. Paralelamente aos concertos internacionais, Trotignon também passou a ser um músico muito requisitado para parcerias com grandes músicos europeus e americanos: além de concertos em duo com os americanos Brad Mehldau e Tom Harrell, Trotignon concretizou uma interessante parceria com os italianos Aldo Romano, baterista, e Remi Vignolo, contrabaixista – parceria que pode ser apreciada no distinto álbum Flower Power , álbum em piano-trio que faz alusão ao movimento hippie de mesmo nome e tenta resgatar a nostalgia dos anos 60 através de um repertório composto por canções de Led Zeppelin, Pink Floyd, The Doors, bem como de Gainsbourg e Polnareff. Recentemente, em 2009, Baptiste Trotignon produziu mais um excelente álbum: Share, gravado em Nova York pelo selo Sunny Side. Share traz basicamente um piano-trio com o baterista Eric Harland e o contrabaixista Matt Penman, mas com a participação de excelentes sidemans americanos tais como trompetista Tom Harrell e o saxofonista Mark Turner. Desse disco surgiu os sidemans que colaborariam em seu mais recente álbum, Suite, lançado em 2010 pelo selo Naive: a banda é composta por Trotignon no piano, Mark Turner no saxtenor, Jeremy Pelt no trompete, Eric Harland na bateria e Matt Penman no contrabaixo – só alguns dos maiores músicos do atual jazz norte-americano.


Apesar das semelhanças com Brad Mehdau, Trotignon apresenta um estilo que é menos delicado – em relação ao estilo do pianista norte-americano –, ou seja com um toque mais percurssivo e um ritmo mais expresso, ainda que consiga casar climas intimistas com passagens improvisativas mais viscerais. Sobre tais comparações, Trotignon já tratou de dizer que não as aprecia: “As pessoas sentem a necessidade de colocar rótulos e fazer comparações; o problema é delas, não meu. Sei que Mehldau gosta muito dos meus discos, e isso já me agrada” – declarou ao site Piano Bleu. Diante disso, é preciso observar que comparações desse tipo já são, infelizmente, corriqueiras: virou moda comparar todo e qualquer pianista branco – que tenha uma característica musical intimista – com o norte-americano Brad Mehldau, talvez a maior estrela do piano atualmente. Acredito que isso seja resultado da crítica limitada que às vezes presenciamos em alguns canais midiáticos: aquela coisa do crítico que não tem o capricho – ou a capacidade mesmo – de analisar o contexto pessoal do artista, que sempre está expresso em várias facetas da sua obra; e, portanto, o tal crítico acaba vendo mais facilidade em fazer apenas comparações através de semelhanças superficiais entre um músico e outro. Mas Baptiste Trotignon – assim como o brasileiro André Mehmari, que também já chegou a ser comparado com Brad Mehldau –, tem seu diferencial e carrega adereços regionais em sua gênese musical: tais como uma grande admiração pelo pianista Martial Solal, além de características da lírica chanson (tradicional estilo de canção francesa), valorizando, inclusive, legendas francesas como Edith Piaf e Claude Nougaro. Ademais, é inegável que Trotignon não seja influenciado pelo jazz americano, já que o que ele se propõe a tocar é essencialmente jazz e não “free improvisation”, estética adotada por alguns músicos ligados à histórica “vanguarda européia”: e é por isso que em seus discos o pianista abre possibilidades para interpretações contemporâneas de standards do songbook americano, de compositores como Duke Ellington e Billy Strayhorn, Bill Evans, Wayne Shorter.... No site Piano Bleu, Trotignon diz que o que mais lhe impressiona em um músico é a capacidade improvisativa – por que é esse o espírito desse tipo de música –, mas ele também gosta desses compositores de standards norte americanos: “On est plus souvent par les improvisateus que son les musiciens de jazz que per les compositeurs: c’est improvisation qui fait (entre autres) le caractère magique et unique de cet musique. Cela dit, il y a aussi de vrais compositeurs que j’aime...les compositeurs des standards: Duke Ellington e Billy Strayhorn, Bill Evans, Wayne Shorter...Contudo, é preciso notar que Baptiste Trotignon, apesar de adpeto à onda da interpretação à standards e à temas populares de John Lennon, Elvis Presley e Nino Rota, ele também apresenta um tino muito apurado para a composição, não se limitando apenas na interpretação ou instrumentação de covers, faceta na qual Mehldau tem se destacado. Comparações à parte, a arte desse pianista precisa ser notificada e apreciada com louvor. Clique nas fotos para obter mais informações e acessar o site do pianista.

Agradecimentos: agradeço a cortesia e colaboração do jornalista e fotógrafo híspano-suíço Juan Carlos Hernandez por disponibilizar fotos do seu arquivo ao Blog Farofa Moderna: dentre as quais as fotos acima do pianista Baptiste Trotignon. Juan-Carlos Hernandez é um renomado fotógrafo especializado em jazz a artes e realiza trabalhos para as principais revistas de jazz do EUA e Europa: entre elas a Downbeat (EUA), Jazz Magazine (França) e Jazzwise (Inglaterra), entre outras. Leia uma resenha sobre Juan-Carlos Hernandez aqui mesmo no blog e conheça seu trabalho!

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