BandCamp - Música Independente!
Bandcamp!
Site do Vagner Pitta: Acervo de jazz: discos e fotos!
Site do Pitta
Siga-nos no twitter: dicas, vídeos, links gerais sobre música!!!
Twitter/Siga-nos!
Confira todos os links que indicamos no Farofa Moderna Links!
Best Albums
Facebook do Vagner Pitta
Grupo no Facebook
Last.Fm - Playlists de Vagner Pitta
last.fm - Playlists
Confira nosso acervo de vídeos!!!
Great Videos!
contato.vagnerpitta@hotmail.com
OBS: Produtores, músicos, escritores e outros que quiserem divulgar no Blog Farofa Moderna, consultem nossas políticas na página ABOUT US e contate-nos.
Para uma melhor visualização do blog, use o navegador Google Chrome/To better view the blog, use the Google Chrome browser

Welcome to Blog Farofa Moderna! Search bellow:

Highlights: ensaios, lançamentos, curiosidades, posts mais lidos e etc

Música Erudita!
Eric Dolphy
Eletronic+Jazz!
London Improvisers
Hamilton de Holanda
Mario Pavone
Lançamentos!
Max Roach!

Views since May/ 2010

Translate

Buddy DeFranco: o cara certo, no lugar certo, na hora errada...



Pode o talento ser um impecilho para o sucesso?... Estranho, né?! Ao ler ou ouvir essa afirmação, qualquer um de nós a entenderia como sendo um paradoxo, já que um dos pré-requisitos para o sucess é, justamente, que o artista -- ou qualquer profissional, de qualquer área -- tenha talento para desenvolver o ofício que lhe é designado ou a arte com a qual ele mesmo se propôs a lidar. Mas no caso de Buddy DeFranco, o melhor clarinetista dos anos 40 e 50, o talento foi uma das barreiras que permitiu um amargo ostracismo ao seu próprio nome. Ou seja, poucos especialistas em jazz listam o nome de DeFranco dando-lhe o devido crédito por ele ter sido não só o primeiro grande clarinetista do bebop, mas, sobretudo, um dos maiores clarinetistas e improvisadores da história do jazz.

Mas, se ele era tão talentoso e tão exímio improvisador, porque ele não obteve o mesmo sucesso que Charlie Parker e Dizzy Gillespie tiveram na mídia especializada em jazz? Resposta: primeiro porque a clarineta -- ou clarinete, como queiram -- teve seu apogeu como solista apenas na era das big bands, período do Swing Jazz compreendido entre o final dos anos 20 até o início dos anos 40. (A partir de meados dos 40, houve o declínio das big bands. Os veteranos bandleaders que já tinham fama na mídia -- inclusive os clarinetistas Artie Shaw e Benny Goodman -- continuaram a insistir em suas big bands, ainda que envoltos na pindaíba. Já os virtuosos jovens instrumentistas -- que não tinham mais pra onde "correr" --, muitos deles resolveram, na ânsia de encontrar clubes onde pudessem tocar, passaram a experimentar combos menores com apenas os instrumentos mais representativos de cada naipe ou de cada sessão do formato big band: dos metais, o trompete era o líder; das palhetas e madeiras o saxofones tenor e alto eram os principais solistas; por fim, da "cozinha" (sessão rítmica da big band) o piano, bateria e contrabaixo eram os únicos; daí aconteceu que, já a partir de 1945, os jazz clubs de Nova Iorque começaram a empregar pequenos combos compostos basicamente por trompete, sax, piano, baixo e bateria. Os outros instrumentos -- trombone, clarinete, sax barítono, violino e etc -- ficaram com o pouquinho de atenção que lhes tinham restado, ou seja, não havia espaço, por exemplo, para um violino ou uma clarineta nessa nova configuração instrumental: tanto pelas próprias configurações e/ou formações que os clubes passaram a valorizar -- já que era muito mais barato pagar o quinteto trompete-sax-piano-baixo-bateria do que pagar uma big band inteira e fora de moda --, como também pela agilidade e virtuosismo que o novo estilo vigente, o bebop, exigia dos músicos. E parecia fato que só os trompetistas, pianistas e saxofonistas pudessem empregar em seus instrumentos aquele fraseado intrincado e, por demais, ágil) . E o segundo motivo que acarretou a "desatenção" da mídia do jazz em relação à Buddy DeFranco foi -- sim, senhor! -- seu próprio talento: isso porque, talvez na ânsia de configurar aquela difícilima linguagem para seu instrumento, Buddy acabou se tornando muito ágil, quase inumano, técnico demais aos ouvidos dos senhores críticos dos anos 50, parecendo-lhes que os fatores 'swing' e 'emoção' não estavam bem delineados em seus improvisos -- ou seus ágeis improvisos já não eram mais agradáveis aos ouvidos destes críticos, todos ocupados em estudar o novo e dinâmico swing do Hard Bop. Quer dizer, Buddy DeFranco até chegou a receber breve atenção da mídia especializada dos anos 40, chegando a ganhar algumas votações como maior clarinetista pelos críticos da revista Metronome.


Há um box da Mosaic onde está registrado um quarteto de DeFranco com o pianista Sonny Clark -- e é uma pena que o material virou peça de colecionador: mesmo no site da Mosaic já não se encontra mais. Mas, curiosamente, tenho uma pequena amostra deste quarteto no meu site no Multiply: trata-se do disco que se encontra por nome de Autumn Leaves (originalmente lançado pela Verve com o título "The Artistry of Buddy DeFranco"), gravado na Costa Oeste em 1954, com Sonny Clarke ao piano, Eugene Wright no contrabaixo e Robert White na bateria. Aliás, afora os ligeiros standards de bebop em autêntico uptempo, esse disco já tem um "Q" de swing  ao estilo do hard bop em algumas faixas. Sim, o disco mostra toda a técnica estupenda de Buddy, mas a balada You Go To My Head desmente o estigma pelo qual DeFranco fora taxado de um músico técnico demais e de pouca sensibilidade. Caso o leitor se interesse em conhecer este grande músico, você poderá ouvir o disco inteiro em meu site: cadastre-se no Multiply, me adicione em seus contatos (Add as Contact) e você terá acesso não apenas a este disco, mas a mais de 200 discos de jazz para ouvir gratuitamente. Ademais, sugiro ao ouvinte-leitor apreciar todo talento do clarinetista em conjunto com Oscar Peterson e, também, no bossanovino disco The Girl from Ipanema (Mercury, 1964). Clique na imagem do disco ao lado para ouví-lo por inteiro!

3 comentários:

Érico Cordeiro disse...

Mestre Pitta,
Muito bem lembrado. Buddy DeFranco é um desses heróis semi-esquecidos, que trafegou maravilhosamente do swing para o bebop, com extrema classe e competência técnica.
E ele não foi o único clarinetista "esquecido" nos anais do bebop: Tony Scott também teve muito pouco reconhecimento (embora tenha sido um dos descobridores de Bill Evans).
O DeFranco era tão técnico e tão hábil que consta que o grande Art Tatum confessou que ele foi o único músico a intimidá-lo (ver a série The Art Tatum Groups Masterpieces, vol. 7).
Destaco, em sua gigantesca discografia, além dos citados com Oscar Peterson e do duplo Complete Quartets With Sonny Clark, o álbum Mr. Clarinet (com Art Blakey, Milt Hinton e Kenny Drew) e os discos em duo com o supervirtuose Dave McKenna.
Abração e parabéns pela excelente lembrança!!!!!

Vagner Pitta disse...

Brigadão pelas indicações, Mestre Érico.Fiquei interessando: sobretudo pelo Mr Clarinet com Art Blakey e Kenny Drew...deve ser bão dimais! rs

Abs

Jorge Miguel disse...

Puxa, estou ouvindo aqui e delirando nos vôos do Buddy! Aliás, já ouvi ele ainda mais endiabrado do que ele está nesta faixa!

Parabéns aos editores pelo espaço pluralista sobre jazz!

Outros Excelentes Sites Informativos (mais sites nas páginas de mídia e links)