O contrabaixista Johnny Dyani foi um dos talentosos músicos sul-africanos que fugiram do Apartheid da África do Sul para residir na Inglaterra no final dos anos 60. Ele era um dos músicos que trabalhavam com o pianista sul-africano Chris McGregor - este branco e não negro -, que liderava toda uma troupe de músicos negros na África do Sul, os quais, em sua maioria, também fugiram para residir na Europa, onde teriam vida e trabalho dignos: e, de fato, essa imigração, se por um lado representou a fuga da opressão e escárnio do Apartheid, por outro lado foi uma grande contribuição ao recém-nascido cenário da Free Improvisation européia. Cris McGregor, ao chegar à Inglaterra com seus músicos, formou a Brotherhood of Breat, uma orquestra que trabalhava nos moldes do Free Jazz e Improvisação Livre: nesse coletivo, além dos músicos sul-africanos como Johny Dyani, Louis Moholo, Mongezi Feza e Dudu Pukwana, havia músicos ingleses como Evan Parker, Alan Skidmore, Harry Beckett, Paul Rutherford, dentro outros nomes seminais que seriam os expoentes maiores da Free Improvisation inglesa.
Este é um dos trabalhos autorais de Johnny Dyani, onde ele presta tributo a um dos mais importantes ativistas Anti-Aparheid: Steve Biko. Inicialmente estudante revolucionário, Biko se tornou presidente da Convenção dos Negros em 1972. Com sua popularidade em alta, as perseguições pelo governo e a polícia aumentaram: em 1973, no ápice do regime Apartheid, Biko foi “banido”, o que significava que ele não poderia mais se pronunciar e nem dar discursos, além da proibição de uso de quaisquer declarações anteriormente feitas por ele. Por fim, a polícia acabou prendendo Steve Biko em 6 de Setembro de 1977, sendo levado sob custódia, acorrentado e violentado na prisão, chegando a sofrer um grave traumatismo craniano. Assim, Steve Biko acabou falecendo em 11 de Setembro, durante o trajeto de um veículo da polícia que o levava para trocar de prisão: a polícia alegou que a causa da morte teria sido a “prolongada greve de fome” empreendida pelo ativista, se tornando, desde então, um caso que ficou em aberto até recentemente, quando, em 2007, o Ministério Público Sul-Africano, decidiu que os policiais envolvidos na morte de Biko não seriam processados, pois não haviam provas reais que os incriminassem para tanto.
A morte de Steve Biko gerou grandes protestos entre o povo Sul-Africano. Mas os músicos ativistas, de roqueiros à jazzistas, também prestaram homenagem a Biko: o roqueiro Peter Gabriel no seu álbum homônimo, em 1980, lançou a canção “Biko”, a qual chegou a ser interpretada por vários artistas como Joan Baez, Manu Dibango, Robert Wyatt, dentre muitos outros.
O contrabaixista Johnny Dyani, por sua vez, reuniu seus colegas Makaya Ntshoko e Dudu Pukwana para formar, em 1978, um quarteto com o trompetista americano Don Cherry que estava explorando o cenário europeu nessa época. O resultado aqui é aquele free jazz mais sentimental e melódico, ou seja, não há nenhuma composição que exija grandes esforços auditivos, mas é um disco agradável que expressa um pouco da solidariedade, tristeza e compaixão que esses músicos sul-africanos “expatriados” sentiram em relação ao conterrâneo e ativista Steve Biko, o qual morreu injustamente defendendo seus direitos e os direitos dos negros sul-africanos. Os takes são de 1978, mas as edições saíram pela gravadora SteepleChase em 1987 e 1994, já no formato de CD. download
Este é um dos trabalhos autorais de Johnny Dyani, onde ele presta tributo a um dos mais importantes ativistas Anti-Aparheid: Steve Biko. Inicialmente estudante revolucionário, Biko se tornou presidente da Convenção dos Negros em 1972. Com sua popularidade em alta, as perseguições pelo governo e a polícia aumentaram: em 1973, no ápice do regime Apartheid, Biko foi “banido”, o que significava que ele não poderia mais se pronunciar e nem dar discursos, além da proibição de uso de quaisquer declarações anteriormente feitas por ele. Por fim, a polícia acabou prendendo Steve Biko em 6 de Setembro de 1977, sendo levado sob custódia, acorrentado e violentado na prisão, chegando a sofrer um grave traumatismo craniano. Assim, Steve Biko acabou falecendo em 11 de Setembro, durante o trajeto de um veículo da polícia que o levava para trocar de prisão: a polícia alegou que a causa da morte teria sido a “prolongada greve de fome” empreendida pelo ativista, se tornando, desde então, um caso que ficou em aberto até recentemente, quando, em 2007, o Ministério Público Sul-Africano, decidiu que os policiais envolvidos na morte de Biko não seriam processados, pois não haviam provas reais que os incriminassem para tanto.
A morte de Steve Biko gerou grandes protestos entre o povo Sul-Africano. Mas os músicos ativistas, de roqueiros à jazzistas, também prestaram homenagem a Biko: o roqueiro Peter Gabriel no seu álbum homônimo, em 1980, lançou a canção “Biko”, a qual chegou a ser interpretada por vários artistas como Joan Baez, Manu Dibango, Robert Wyatt, dentre muitos outros.
O contrabaixista Johnny Dyani, por sua vez, reuniu seus colegas Makaya Ntshoko e Dudu Pukwana para formar, em 1978, um quarteto com o trompetista americano Don Cherry que estava explorando o cenário europeu nessa época. O resultado aqui é aquele free jazz mais sentimental e melódico, ou seja, não há nenhuma composição que exija grandes esforços auditivos, mas é um disco agradável que expressa um pouco da solidariedade, tristeza e compaixão que esses músicos sul-africanos “expatriados” sentiram em relação ao conterrâneo e ativista Steve Biko, o qual morreu injustamente defendendo seus direitos e os direitos dos negros sul-africanos. Os takes são de 1978, mas as edições saíram pela gravadora SteepleChase em 1987 e 1994, já no formato de CD. download
1. Wish You Sunshine
2. Song For Biko
3. The Confession Of Moods
4. Jo'burg - New York
5. Lonely Flower In The Village
Johnny Dyani (bass)
Makaya Ntshoko (drums)
Dudu Pukwana (alto sax)
Don Cherry (cornet)
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