A década de 70 foi uma das mais obscuras em termos de Jazz: o Fusion, expandindo-se para o Pop e o Smooth , e o Rock, eram os estilos musicais que incharam-se no mercado fonográfico americano, sobrando pouco ou quase-nada de espaço para o Jazz acústico e menos ainda para o Free Jazz, música de tão difícil assimilação a começar por Ornette Coleman, Cecil Taylor e John Coltrane no início da década de 60. Esse último foi aquele que deu ao Free Jazz um toque de espiritualidade e essência humana, deixando uma pá de seguidores já após sua morte em 1967. E Noah Howard, saxofonista da tradicional New Orleans, é um desses saxofonistas esquecidos da década de 70 - ou pelo menos não tão lembrado quanto deveria - que começou sua carreira na era pós-Coltrane influenciado pela intensidade deixada por esse grande saxtenorista.
Em paralelo a Coltrane está Pharoah Sanders e, mais ainda, Albert Ayler, no rol de grandes influências para esses músicos que começaram a surgir no final da década de 60 e que seriam logo expurgados para os becos da inventividade como, por exemplo, o Loft Jazz, cenário conhecido e caracterizado por abrigar vários dos músicos marginalizados da segunda fase do Free Jazz americano. Os músicos desse disco são eles: "discípulos" de Ayler e Trane. Notem a falta do contrabaixo em compensação da intensidade sonora dessa banda.
Noah Howard - sax alto
Frank Wright - sax tenor
Bobby Few - piano
Art Taylor- bateria
Muhammad Ali - bateria
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Um comentário:
Este período foi chamado de Loft-Jazz, pelo fato de não haver mais locais para os músicos de Freejazz se apresentarem, a não ser nos porões e sótãos das casas dos músicos. O mais famoso, foi o estúdio de Sam Rivers, o RivBea, onde muitos músicos se reuniram e fizeram gravações históricas, que estão registradas na série em 5 lp's, Wildflowers(Douglas recs), depois relançadas em 3 cd's pela Knitting Factory. Este disco de Noah Howard até hoje não foi relançado em cd e complementa também o disco de Frank Wright, "Church Number Nine".
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