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M-Base - A música e filosofia de Steve Coleman




O saxofonista alto Steve Coleman pode ser considerado um dos últimos grandes inovadores do jazz, um mestre à exemplo e estatura de Charlie Parker (que criou o bebop) e Ornette Coleman (que criou o free jazz). Steve Coleman, fluente tanto na linguagem de bebop quanto na liberdade e cacofonia do free jazz, surgiu nos anos 80 com uma idéia de unir não só estas duas estéticas jazzísticas -- a linguagem do bebop e o free jazz --, mas a idéia consistia em criar um método onde os músicos do jazz pudessem usar suas várias experiências musicais -- funk, hip hop, fusion, world music e etc -- dentro de nova uma perfomance, dentro de um novo conceito de improvisação -- daí surge o conceito do M-Base, que se tornou um movimento pregressista em parelelo com o neo-bop do tradicionalista Wynton Marsalis e seus seguidores.


O M-Base, apesar de já mostrar características que formam uma linguagem jazzística já bem consolidada e diferente dos outros estilos de Jazz, não pode ser visto como um estilo formalizado de música, mas sim um pensamento, uma filosofia de como fazer música expressando nossas experiências através dos sons e do improviso. Dessa forma, o idealizador Steve Coleman já dissocia sua ideologia dessa ou daquela corrente predominante ou underground, ou seja, o M-Base já nasce com a real intenção de ser uma idéia imparcial sem a nescessidade de se associar à corrente conservadora do Jazz ou à corrente vanguardista. No entanto, qualquer um seria hipócrita se não reconhecesse que esse movimento é progressista e está atrelado mais à vanguarda. O que Steve Coleman quer realmente dizer é que o M-Base é um pensamento de como criar novas linguagens musicais, sem que, para isso, tenha de se compartimentar em uma estética definida ou enfatizar a corrente dos vanguardistas e desrespeitar a corrente dos conservadores e vice-versa. Essa explicação está muito bem explícita na explanação do M-Base em seu site oficial:


O que não é M-Base:

Uma sigla para algum tipo de linguagem de computador ou qualquer coisa relacionada a computador.
Um estilo musical.
Um nome inventado por certos músicos para fazer com que críticos de música escrevam a respeito deles.
Um tipo de clube em que os associados pagam para fazer parte.
Uma forma de ter um argumento para se dizer diferente de outros músicos.
Uma forma de denominar sua música para que você consiga fazer mais shows.
Uma desculpa para tocar em compassos compostos.
Uma indicação de que você não gosta da música de Wynton Marsalis ou de músicos associados a ele.
Uma desculpa para ignorar acordes ou para achar que progressões de acordes são irrelevantes.





Greg Osby - um dos maiores expoentes do M-Base


Mas, então, qual a definição específica de M-Base? E aqui vai uma definição que está explícita no próprio site do M-Base com uma line up do próprio Steve Coleman.

"Macro-Basic Array of Structured Extemporizations: significa expressar nossas experiências por meio da música, usando improvisação e estrutura como dois dos seus ingredientes principais. Não há limites a respeito do tipo de estruturas ou do tipo de improvisação, ou do estilo da música. O principal objetivo é expressar nossas experiências atuais com criatividade, e tentar construir linguagens musicais criativas e compartilhadas, a fim de fazê-lo num nível coletivo maior (macro, basic, array).

Essa é uma definição simples e bem objetiva do movimento. Mas para entender as estéticas, formas e estruturas do M-Base é preciso delinear algumas características comuns ao mesmo. Já há muitos discos de M-Base (alguns dos quais estão disponíveis em MP3 no site do próprio Steve Coleman): discos que trazem artistas como o próprio Steve Coleman, Greg Osby, Geri Allen, Graham Heynes, Robin Eubanks, George Lewis, dentre muitos outros. As principais características deste estilo são: o uso de compassos compostos mostrando a uma grande proliferação de rítmos funkeados quase sempre com polirritmias complexas; o uso de vários rítmos e sons africanos e afro-americanos, numa interação de sons urbanos com sons étnicos (ex: hip-hop, funk, fusion fundidos com rítmos de ascendência africana como o juju, o mambo, Yoruba, dentre outros); e o fraseado "free-bop" que, em face dos rítmos compostos empregados, chegam a ganhar acentuações aleatórias e imprevisíveis, sendo, portanto, muito mais intrincado que a linguagem do bebop. Na verdade, o M-Base surgiu na cabeça de Steve Coleman no final dos anos 70 quando ele, em suas colaborações diversas tanto com músicos vanguardistas quanto com músicos do mainstream, presenciou o estilo free-funk de Ornette Coleman: na época Ornette estava fazendo experimentos usando o seu já famoso estilo Free Jazz com o Funk e Fusion, criando, assim, mais este sub-estilo dentro do campo da improvisação jazzística, o free-funk. Desde então Coleman viajou para diversos países do mundo afim de conhecer vários rítmos e filosofias que poderiam vir acrescentar riqueza à sua filosofia de música: viajou para a África passando por diversos países como Congo e Nigéria afim de conhecer a religião e os rítmos da tradição Youruba; viajou para Cuba onde viu vários rítmos complexos provenientes da África; viajou para a Indonésia afim de estudar música e filosofia oriental e etc. Muitas dessas viagens e descobertas de Steve Coleman aconteceram depois do advento do M-Base e foram, portanto, acrescentadas ao logo dos anos 90, mas o movimento surgiu mesmo em meados da década de 80 com seus primeiros discos com a banda "Steve Coleman and Five Elements", onde as primeiras idéias e experiências sonoras em torno dessa sua filosofia foram expostas. Já a partir de 1985, vários músicos, tanto conservadores quanto vanguardistas, aderiram ao movimento que veio tomando consistência e espaço como a mais proeminente forma de improvisação: tanto que, atualmente, a influência do M-Base é nítida em músicos da nova geração, como, por exemplo, o pianista Vijay Iyer e o trompetista Ralph Alessi. Aliás, se por um lado, Wynton Marsalis representa o respeito pela tradição e a renovação da indentidade jazzística, Steve Coleman representa uma grande evolução com novas formas que prezam a criatividade e a complexidade, ao invés da demasiada abstração e falta de criatividade que se presenciava em alguns trabalhos da dita vanguarda.


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