BandCamp - Música Independente!
Bandcamp!
Site do Vagner Pitta: Acervo de jazz: discos e fotos!
Site do Pitta
Siga-nos no twitter: dicas, vídeos, links gerais sobre música!!!
Twitter/Siga-nos!
Confira todos os links que indicamos no Farofa Moderna Links!
Best Albums
Facebook do Vagner Pitta
Grupo no Facebook
Last.Fm - Playlists de Vagner Pitta
last.fm - Playlists
Confira nosso acervo de vídeos!!!
Great Videos!
contato.vagnerpitta@hotmail.com
OBS: Produtores, músicos, escritores e outros que quiserem divulgar no Blog Farofa Moderna, consultem nossas políticas na página ABOUT US e contate-nos.
Para uma melhor visualização do blog, use o navegador Google Chrome/To better view the blog, use the Google Chrome browser

Welcome to Blog Farofa Moderna! Search bellow:

Highlights: ensaios, lançamentos, curiosidades, posts mais lidos e etc

Música Erudita!
Eric Dolphy
Eletronic+Jazz!
London Improvisers
Hamilton de Holanda
Mario Pavone
Lançamentos!
Max Roach!

Views since May/ 2010

Translate

Improvising with Numbers - O instigante formato do duo: seis excelentes e variados duetos contemporâneos!!!


Dando uma remexida nos meus CDs, arquivos com MP3 e músicas armazenadas no meu site no Multiply, constatei que um dos formatos presentes na minha modesta "coleção" é o duo. Na minha opinião, eu acho que formato de duo tem um fator muito interessante que nem sempre é frequente em outros formatos onde há colaboração em grupo, com pessoas de diferentes mentalidades e linguagens: trata-se, quase sempre, de um encontro afetivo bem pensado entre dois artistas que compartilham de uma idéia e, portanto, o resultado é feito mais de diálogo -- aliás, tenho a impressão de que raramente uma gravação em duo será um encontro casual. Na história do jazz, o formato de duo começou a ser popularizado com os duetos de John Coltrane ao sax tenor e Rashied Ali na bateria no álbum Interstellar Space (gravado em 1967 e lançado pela Impulse! em 1974). Mas aqui evito citar alguma das tantas gravações com este dueto de saxofone e bateria -- talvez num outro post exclusivo o farei -- para citar seis outros tipos de duetos com diferentes instrumentos -- e, claro, não só do jazz ou de livre improvisação, mas, também, de diferentes estéticas. Sorte, também, que consegui encontrar algumas faixas no Youtube -- o que seria da gente sem ele?!!



The London Concert - Derek Bailey & Evan Parker (Incus, 1987/ Psi, 2005)

Trata-se de um clássico da livre improvisação européia -- aqui ainda em seus primeiros anos de repercussão. Gravado em 1975, mas só lançado em 1987 pelo selo Incus, selo fundado pelos improvisadores Derek Bailey, Tony Oxley e Evan Parker, este álbum pode ser encontrado no site da Amazon numa recente reedição em CD pelo selo Psi Records. O álbum começa com uma breve introdução solo do guitarrista Derek Bailey e segue com seus diálogos interativos junto ao saxofonista Evan Parker. É impressionante como que Bailey imprime tantas distorções, dissonâncias, acordes microtonais, ruídos brancos e coloridos e vários emaranhados sonoros de sua guitarra, que as vezes chega a soar como uma cítara! O mesmo pode se dizer de Evan Parker, que aplica efeitos de embocadura, notas agudíssimas, efeitos multifônicos e rangidos desconcertantes! Imagine, então, conjunto de sons produzidos por estes dois ases da improvisação livre! Nada singelos esses arames sonoros! Abaixo um concerto dos dois feras em 1985, talvez divulgando o lançamento deste álbum, originalmente gravado em 1975.





Malphas: Book of Angels, Vol. 3 - Mark Feldman & Sylvie Courvoisier (Tzadik, 2006)


Eis aqui um duo que é pouco comum tanto no jazz como na improvisação  livre -- é mais comum na música erudita. O álbum Malphas é um dos dezoito registros da série Book of Angels, idealizada pelo multifacetado compositor e improvisador norte-americano John Zorn para abrigar suas composições baseadas na liturgia e misticismo judaicos -- lembrando que, geralmente, estas composições de Zorn são baseadas em anjos relacionados ao ocultismo e à liturgia judaica e estão dividas em volumes gravados com as versões acústicas e elétricas do Masada, um dos principais conjuntos que o compositor lidera. Duas das principais influências de Zorn neste álbum é a música erudita e a klezmer music, além, claro, da improvisação livre. Gravado pelo violinista Mark Feldman e por sua esposa, a pianista suiça Sylvie Courvoisier, Malphas é um registro que evidencia um tanto do fator camerístico presenciado em sonatas de violino e piano tão comuns na música erudita. Só que, claro, afora as canções mais românticas de cunho folclórico meio ao estilo da klezmer music, em algumas faixas Zorn transverte esse fator clássico em algo livremente improvisado, mais vanguardista e cacofônico: é o que acontece na impressionante faixa "Basus", que une a parte escrita em pauta com as partes livremente improvisadas como se fossem uma coisa una. Há também um lance interessante que é o humor e a ironia presenciada em algumas faixas: basta ouvir a faixa Labariel, onde Zorn pede aos instrumentistas que citem trechos de outras músicas clássicas, como uma brincadeira. O álbum anterior a este é o ótimo Azazel: Book of Angels, Vol.2, também gravado por um conjunto acústico de câmera gravado, no caso o Masada String Trio (com Mark Feldman ao violino, Erik Friedlander ao cello e Greg Cohen ao contrabaixo).



Louis Sclavis & Ernst Reijseger - Et on ne parle pas du temps (FMP, 1995)


Um duo de violoncello com sopros (sax soprano, clarineta e clarone), com os respectivos Ernst Reijseger e Louis Sclavis, dois grandes músicos-improvisadores do cenário da livre improvisação européia. Quando o timbre do cello e dos clarinetes são explorados com notas longas, sequenciais ou rápidas, o resultado é, muitas vezes, tessituras e delineamentos suaves, haja visto o timbre natural desses instrumentos já serem suaves -- aliás, às vezes, quando isso acontece, as peças, mesmo improvisadas, soam como se fossem peças elaboradamente compostas, algo perto da música erudita moderna, como, por exemplo, as peças abstratas do movimento do serialismo integral. Mas o duo também explora os desalinhos cacofônicos e o toda sorte de efeitos timbrísticos que conseguem produzir, evidenciando com mais clareza a estética da improvisação livre. Foi gravado ao vivo em 1993 num concerto em Berlim. Lançado pela FMP, um dos seminais selos europeus de free jazz e livre improvisação.




Panamanhattan - Richard Galliano & Ron Carter (Evidence, 1991)



Este álbum é registro de um encontro de duas lendas vivas da música instrumental -- o contrabaixista americano Ron Carter e o acordeonista francês Richard Galliano --, ambas tocando juntos ao vivo em Paris, em 1990. Apesar de Ron Carter e de John Galliano serem músicos de vertentes distintas, a virtude que os une neste registro é a versatilidade -- ambos são músicos que já gravaram numa infinidade de formações, e já transitaram em várias estéticas da música. Panamanhattan não é um álbum estonteante, mas é singelo, agradável, elegante -- é apenas boa música. Ron Carter, com seu walking bass, se limita dar o chão para as lindas e melódicas frases do acordeon de Galliano, que, às vezes, também soa harmônico. Afora as canções standards como Portrait of Jennie e Summer In Central Park, o repertório é constituído por composições dos próprios instrumentistas. Destaque para as lindas Alée des Brouillards (Galliano), Doom e Little Waltz (Carter). Há canções francesas para americano ouvir; e há canções americanas para franceses ouvir. E como nós, brasileiros, somos bem enxeridos...ouçamos!




Ojos negros - Dino Saluzzi & Anja Lechner (ECM, 2007)



Se Astor Piazzola popularizou e sofisticou o Tango e o bandoneon, o também argentino Dino Saluzzi levou ambos para o universo da música contemporânea. Bem aparado pelo selo holandês ECM, uma das etiquetas mais sofisticadas de toda sorte de música contemporânea, Saluzzi atua, aqui, ao lado da violoncelista clássica alemã Anja Lechner, com a qual acaba de lançar mais um registro em duo, o álbum Navidad de los Andes (ECM, 2011). Aqui em Ojos Negros, um dos mais belos registros da ECM dos últimos anos, é impressionante como que Saluzzi compôs tangos que não soam tradicionalmente tangos, com um frescor timbrístico e com um discurso lento, em rubato, meio indefinível que jã são marcas registradas dos álbuns ECM -- isto é, as canções, apesar de soarem preponderantemente canções sem muita carga de improviso, já soam com com um ritmo livre e uma harmonia que fogem das acentuações tradicionais do estilo musical argentino. Destaque para Tango a Mi Padre, primeira faixa do álbum.




Chicago Underground Duo - Synesthesia (Thrill Jockey, 2000)


O projeto "Chicago Underground", do cornetista Rob Mazurek, consiste de uma série de registros gravado com uma variedades de conjuntos da cidade de Chicago, um dos principal polos da música indie e do jazz vanguardista dos EUA. Inicialmente adepto ao free jazz, Rob Mazurek também extendeu seus projetos à interação da música livremente improvisada com a música produzida por manipulação de eletrônicos (laptops, sintetizadores e etc). Adepto aos sons experimentais produzidos por Miles Davis em sua fase fusion, Rob Mazurek também usa pedais de efeitos em seu cornet. Aqui ele está ao lado do baterista Chat Taylor, um dos seus principais parceiro de sempre, que também usa o vibrafone para imprimir uma poética mais nostálgica. Além disso, Synesthesia é um álbum que também usa procedimentos da música minimalista, tão comuns em bandas de art rock de Chicago, como o Tortoise. Trata-se e um álbum nostálgico, cheio de paisagens sonoras!


Nenhum comentário:

Outros Excelentes Sites Informativos (mais sites nas páginas de mídia e links)