Mais um post da série Gênios do jazz na década 2000-2010 sobre os maiores músicos que ajudaram a renovar e inovar o jazz nesta primeira década do século 21. Para saber mais sobre a lista de músicos que contribuíram para inovar ou renovar esta forma de arte chamada jazz nesta década, acesse a resenha Jazz Contemporâneo - Retrospectiva 2000-2010: os principais músicos da década (e do século 21)!!!. Neste, falo do pianista Matthew Shipp que, ao lado dos pianistas Jason Moran e Vijay Iyer, foi um dos mais instigantes e inventivos músicos do jazz contemporâneo nesta década. O que Shipp tem feito, praticamente, é a proeza de reinventar, ao seu modo -- e baseado em suas diversas preferências musicais --, o jazz de linhagem avant-garde (jazz de vanguarda ou de corrente experimentalista), começando a partir das suas influências adquiridas no estilo do free jazz -- lembrando que ele iniciou a carreira com freejazzers como Roscoe Mitchell, William Parker e David S. Ware -- e terminando em suas mais atuais e experimentais abordagens com uso de efeitos de eletroacústica, batidas de hip hop e afins. Mas, ao contrário de muitos experimentalistas adeptos ao abstracionismo, Shipp sempre soa lindamente atonal e peculiar, sempre prezando por lançar trabalhos diferentes que imprimam sua indentidade e contribuição para a evolução do jazz contemporâneo.
Um dos exemplos mais interessantes dessa personalidade constituída de free jazz, musica atonal e batidas e efeitos eletrônicos é o álbum Nu Bop (2002): o álbum não mostra grandes espasmos de virtuosismo, mas traz solos de piano com dosagens sucintas de um abstracionismo belo e atonalmente colorido, com um fundo que se aproxima das batidas de hip hop e dos efeitos eletrônicos -- algo que em muito se aproxima do acid jazz e do "nu jazz" britânico --, dentre outros arranjos.
Rocket Shipp - Nu Bop (2002)
When The Curtain Falls On The jazz Theatre - Harmonic Disorder (2009)
Depois de "Nu Bop", um outro álbum que mostra bem a personalidade do pianista é Harmonic Disorder (2009): como bem diz o título, o intuito do álbum, esse gravado com um trio acústico e livre de efeitos eletrônicos, é mostrar ainda mais enfaticamente essa concepção harmônica de Shipp, a qual soa desordenada -- visto que o desordenado pianista Cecil Taylor é uma das suas influências --, mas é, ao mesmo tempo, muito colorida e contemporânea! Ademais, Shipp é igualmente forte quando o assunto é parcerias: ele tem trabalhos em parcerias e co-lideranças tanto com bandas e e DJs que trabalham fora do universo do jazz, tais como o grupo de hip hop Antipop Consortium e o guitarrista J. Spaceman, como também tem trabalhos interessantes ao lado grandes improvisadores como Evan Parker, Daniel Carter, Roy Campbell, Guillermo E. Brown, William Parker, Tim Berne e Ivo Perelman. Pesquisem e conheçam-no! Para comprar os álbuns indicados, clique nas imagens!
Para saber de outras empreitadas do pianista Matthew Shipp acesse este link
2 comentários:
Matthew Shipp é dos meus favoritos. Grande figura, talento elevadíssimo e muito gente fina: quem estave no Sesc no ano passado pôde conversar com ele tranquilamente após o show. Esses caras do free costumam ser assim: afetação zero.
acho muito interessante o colorido dele nas improvisações! linkei o free form pq eu postei algo sucinto, e lá tem mais coisa que o leitor interessado pode pesquisar
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