O blog Farofa Moderna sempre foi um espaço para amizades e informações, mas também um espaço de críticas e discussões. Numa recente postagem de Abril (que vocês podem ler clicando aqui), eu explicitei uma crítica sobre as mostras e os festivais de jazz e música improvisada aqui em solo tupiniquim e nela expus três pontos críticos relacionados a esses eventos: o primeiro foi sobre concepção conservadora de alguns produtores em detrimento do desconhecimento musical (pois um produtor musical, que se preze, não deveria apenas ter curso superior, falar inglês e ter uma agenda de bons contatos, mas também deveria ter, óbvio!, um tanto de curiosidade em relação à música -- pelo menos enquanto apreciador --, e procurar entender os desdobramentos contemporâneos, afim de não ficar perdido no tempo); o segundo ponto foi o preço exorbitante e elitista dos ingressos; e, por fim, a terceira queixa foi sobre o descaso desses produtores em relação aos músicos brasileiros, que perdem espaço para o "jazz importado" e acabam confinados em "inferninhos" dessa cinzenta cidade chamada São Paulo, dentre outros casos em outras cidades brasileiras. Pois bem...o Jazz na Fábrica, festival paulistano em andamento no ótimo ambiente do SESC Pompéia, já promete solucionar essas três tretas e outras mais já em sua primeira edição -- e isso será o máximo se ele, por vias do sucesso do empreendimento, vir a acontecer nos próximos anos. O produtores responsáveis compuseram um cast list bem dosado e rico: valorizaram o jazz contemporâneo ao chamar músicos da nova geração (The Bad Plus, Christian Scott, por exemplo); valorizou a influência de músicos experimentais e europeus (como o saxofonista sueco Mats Gustafson); também chamaram medalhões ligados à tradição e aos movimentos antepassados do jazz (a cantora Dee Dee Bridgewater e o saxofonista Archie Shepp, por exemplo); valorizaram os músicos brasileiros, entre eles os paulistas e paulistanos (bandas e músicos nacionais emblemáticos como o pianista André Marques, o guitarrista Toninho Horta, o multiinstrumentista Arismar do Espírito Santo, a flautista Léa Freire e a Zerró Santos Big Band); e, por fim, conseguiram comprimir os preços dos ingressos a custos acessíveis a qualquer classe social: os shows de bandas nacionais e internacionais mais disputados variam de R$ 15 a R$ 30 reais. Iniciado no começo de maio, o Jazz na Fábrica vai até o final do mês e, em alguns casos, os jazzófilos, músicos e amantes da boa música -- em geral -- ainda poderão adquirir ingressos e marcar sua participação em workshops e jam sessions. Abaixo, um link do UOL That Jazz, da Radio UOL, tocando várias faixas dos músicos relacionados na programação do Jazz na Fábrica. Ouçam! Para acessar a programação do Jazz na Fábrica, no Sesc Pompéia, acesse nossa página SHOWS & CONCERTOS no topo do blog, onde nós ja tínhamos divulgado este evento desde o mês de abril. Na foto abaixo, o legendário saxofonista Archie Shepp!
Café: Café
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Reviewing an archival album is always a challenge. To do something justice
is a matter of both gaining and losing perspective: to hear it as an
audience f...
Há 10 horas
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