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Stefon Harris & Blackout: a coesão entre a "urban music" e o jazz contemporâneo!


Funk, Acid Jazz, Hip Hop, Pop Music, Música Eletrônica (House, Drumn'bass, reminiscências e parafernálias afins), instrumentos de efeitos eletrônicos... por um momento tudo isso parecia sintético demais diante do suor, talento e criatividade que um músico de jazz tinha de se dispor para ser capaz de improvisar um emaranhado de frases na levada do swing ou do bebop: isso em instrumentos acústicos, claro. Pois bem, sejam bem vindos ao século 21! Acordem para os fatos e para as evoluções! Agora a boaventura e a criatividade de um músico são medidas através da sua capacidade de integrar, junto às dinâmicas acústicas, as várias possibilidades rítmicas e timbrísticas do Rock, Funk, Acid Jazz, Hip Hop, Pop Music, Música Eletrônica e afins. Sim, essa é a evolução do nosso tempo: assimilar e misturar tudo o que já foi inventado ou descoberto lá atrás, tentando mostrar o máximo de coesão composicional - e aí estão dois outros elementos musicais que denotam a criatividade do músico do século 21: nessas misturas de rítmos e sonoridades as vezes tão díspares, a busca pela excelência na escrita composicional e na elaboração dos arranjos são, de fato, os "objetos de desejo" da nova geração, um fato, aliás, que já pode ser comprovado desde o final do século passado com a geração de Wynton Marsalis - mestre do Neo-Bop - e Steve Coleman - idealizador do M-Base. Os trabalhos do vibrafonista Stefon Harris com sua banda, a Blackout, seguem nessa direção: de forma assustadoramente coesa e contemporânea, Harris mostra porque ele pode ser um dos expoentes do "novo jazz" norte-americano.

Urban Music é uma expressão que canais como a BBC ou a Billboard, por exemplo, cunhou para classificar gêneros músicais urbanos como o Rap, o Drum'n'bass, o Neo-Soul, o Raggae e etc... (inclusive, o saxofonista Courtney Pine ganhou o Urban Music Award em 2007, por suas misturas de jazz com esses gêneros urbanos). Urbanus, gravado pela Concord, é o novo album de Stefon Harris e o Blackout. E tá tudo lá: Harris e seus músicos mostram amarrações geniais entre os rítmos e atmosferas do jazz –- através de frases nervosas bem ao estilo Neo-Bop e Post-bop -- com os do Hip Hop e Funk, mostrando, aí, o uso bem elaborado de recursos e instrumentos eletrônicos -- com teclados, wah-wah, Fender Rhodes e vocoder -- casando-os com os sons orgânicos dos instrumentos acústicos. A ficha técnica é a seguinte: Stefon Harris no vibrafone, marimba e nos arranjos; Marc Cary no piano acústico, Fender Rhodes e teclados; Casey Benjamin no saxofone alto (com uso do vocoder contrastar o timbre do sax em alguns momentos); Ben Williams no contrabaixo acústico; Terreon Gully na bateria; Y.C. Laws na percussão (apenas na faixa 1); Anna Webber na flauta nas faixas 1, 6, 8, 10; Anne Drummond na flauta pícolo nas faixas 1, 6, 8, 10; Mark Vinci no 1º clarinete nas faixas 1, 6, 10 e clarinete-baixo nas faixas 8 e 3; Sam Ryder no 2º clarinet nas faixas 1, 6, 10; Jay Rattman no clarinete-baixo nas faixas 1, 6, 8, 10; e Rigdzin Collins no violino na faixa 8. Afora os sidemans convidados que aí estiveram, a Blackout, em sua configuração, é um quinteto constituído pelo vibrafonista Stefon Harris, o líder e arranjador da banda, o pianista Marc Cary, o saxofonista-alto Casey Benjamim, contrabaixista Ben Williams e o baterista Terreon Gully. Com esta banda, Stefon Harris já tinha lançado o fantástico Evolution quando ainda estava na Blue Note -- e parece que aquele estilo de jazz contemporâneo um tanto cerebral, composto pelo jovem vibrafonista, não casou com as propostas da gravadora legendária, o que justifica sua ida para a Concord.

Em Urbanus são 10 faixas no total: variadas entre standards menos tarimbados (como, por exemplo, Minor March, de Jack McLean, e a balada Christina, de Buster Williams), temas poucos usuais (como They Won't Go (When I Go), de Stevie Wonder) e as composições dos próprios membros do Blackout. O album já começa ditando o clima "urban music" com uma versão iconoclasta do tema "Gone", de George Gershwin, iniciada com um groove funkeado e riffs bem característicos do hip hop - outras faixas do álbum como Tanktified, composição do baterista Terreon Gully, iniciam com este mesmo tratamento para, logo depois, ter um desenvolvimento improvisativo mais "elástico" bem ao estilo do post-bop. A balada Christina, composição de "Buster" Williams, inicia de aspecto bem lírico com Casey Benjamim no vocoder, enquanto o vibrafone de Stefon e os teclados de Marc Cary temperam com o clima harmônico ao fundo. A faixa Shake It for Me é funk ligeiro: um palco para os beats precisos de Terreon Gully, as eficientes respostas e acompanhamentos do contrabaixista Ben Williams, bem como os fantásticos solos de Stefon Harris e do saxofonista Casey Benjamim. Em outras faixas como Minor March, composição de Jack McLean, e The Afterthought, composição do pianista Marc Carey, imperam mais o aspecto do Neo-bop. Já a faixa "Blues for Denial, composição de Stefon Harris com apenas 2 minutos de duração, parece ter um aspecto meio retrô bem ao estilo daquele swingão do hard bop. A balada They Won't Go (When I Go), canção de Stevie Wonder, também é expressada com vocoder, num clima mais soulful e com uma tênua levada funky. E assim segue o album: numa transição jazzy-soul-funky, intercalando rítmos e climas do Neo-bop e Post-bop com rítmos e climas do Funk e Hip Hop, e intercalando baladas com temas de improvisos intricados. Comparando com o bem elaborado Evolution, album anterior, o Urbanus parece ter sido gravado para concretizar essa nova identidade de Stefon Harris com sua banda Blackout, o que não significa que este seja mais palatável - é apenas a idéia desse novo jazz já sintetizada. Por fim, o disco termina com a balada Langston's Lullaby, essa meio smoothy e, ainda assim, agradável. Assista o vídeo do interview com Stefon Harris sobre seu novo trabalho e, se puder, compre o disco!



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