Depois da fase experimental, efervescente e criativa do Jazz Fusion, período compreendido entre o final da década de 60 até o final da década de 70, Miles Davis e seus súditos sucumbiram através das tendências da Pop Music, com trabalhos bem aquém do arranjo jazzístico (lembrando que isso não foi culpa só dos músicos, mas, também, de alguns produtores que já tinham sido importantes para o jazz - como foram Creed Taylor, Teo Macero e Quincy Jones – e passaram a desprezar os habituais arranjos em troca das grandes produções cristalizadas do Pop). Além disso, na década de 80 o Fusion acabava de sair do seu apogeu diante da evidência uma nova geração de jovens jazzistas que iriam demonizar toda aquela parafernália eletrônica em favor da instrumentação acústica e de uma retomada dos valores culturais e tradicionais do Jazz. Mas o Fusion não acabou. Grupos e músicos como Spyro Gyra, Weather Report, John Scofield, Pat Metheny e Jean Luc-Ponty continuaram a lançar discos nessa estética nas décadas de 80, 90 e até mais recentemente nesse início de século. Porém, se por um lado o Fusion (resultado das fusões de Jazz com Rock e Funk) ficou ainda mais massificado a partir da década de 80 ao incorporar elementos da Disco Music, World Music, Pop Music e New Wave, por outro lado o seu sucesso – de público e crítica – nunca mais foi o mesmo depois do boom criativo da década de 70. Contudo, para quem quer encontrar lançamentos recentes que mostrem uma elaboração mais artística, mais voltada para o arranjo jazzístico do que apenas para a inclusão de sonoridades artificiais dos instrumentos elétricos, é só procurar pelos mais recentes discos do austríaco Joe Zawinul (ex-arranjador, tecladista de Miles e ex-lider do grupo Weather Report) e seu coletivo Zawinul Syndicate. O The Zawinul Syndicate foi criado por Joe Zawinul após a dissolução do seu legendário Weather Report em meados da década de 80: o grupo mostrou, a partir daí, uma real tendência de sofisticar o Fusion através de arranjos mais modernos, com implementos de arranjos eruditos (influência do Conservatório de Viena), elementos da World Music e sem alusões exarcebadas às sonoridades do rock e do pop, como foi comum nas décadas de 70 e 80. Essa intenção ficou tão clara que até Wynton Marsalis - o mesmo que tinha demonizado Miles por sua adesão ao rock e ao pop - chegou a fazer um programa dedicado ao The Zawinul Syndicate na rádio on-line do site do Jazz at Lincoln Center. Ademais, se remexer, até dá para encontrar bons discos de artistas variados, alguns até carregados de arranjos interessantes e de coerência jazzística, como se o “novo fusion” ou o “fusion contemporâneo”, por assim dizer, estivesse passado por uma reformulação ( E não é verdade que passou?...bem, ouvindo os novos trabalhos de Joe Zawinul – falecido em setembro de 2007 – vê se uma considerável diferênça em relação ao Fusion de outrora. Baixem o Real Player e ouçam através do link abaixo) . Outros nomes a considerar são Jean Luc-Ponty, Didier Lockwood, Alain Caron, Pat Metheny, Jean-Marie Ecay, Michal Urbaniak, Terge Rypdal, Erik Trufazz, Jeff Berlin, John Scofield e os mais novos como Hiromi Uehara, Richard Bona e etc. Vejam e ouçam, abaixo, um programa do Jazz at Lincoln Center Radio dedicado a Joe Zawinul, além de outros exemplos de como há excelência no universo da parafernália instrumental. Boa sorte com o Fusion !!!
Fusion Revolution: The Zawinul Syndicate (Jazz at Lincoln Center Radio)
Clique nas imagens ao lado para baixar os álbuns!!!!
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