Rokia Traore é uma cantora e guitarrista de Mali. Mali é um país subsaariano(mais propriamente da região noroeste africana) o qual ainda sofre com as sequelas deixada pela ex-colonização, pela pobreza, pela seca e pelos problemas políticos históricos entre tribos tão comuns nos vários países da Africa. Mali pode ser um dos países de grande miséria, mas é um dos grandes paraísos culturais africanos, sobretudo rico na cultura musical. Aqui no Farofa Moderna, por exemplo, já falamos de outro grande artista maliano: Ali Farka Touré, um dos cantores que desde sempre esteve a mostrar que o Mali seria um dos países onde, mais possivelmente, surgiram as raizes do blues que despontou no canto dos escravos trabalhadores das fazendas de algodão no final do século 19, já na América.
Rokia Traore não chegou a sofrer com a pobreza de seu país, pois foi abençoada por ser filha de um diplomata de Mali. Mas isso não foi o suficiente para que ela não sofresse para se instituir artista. Mandada pelo pai pra estudar no exterior, Rokia chegou a morar em vários lugares diferentes como EUA, Europa e Oriente Médio, chegando a fixar residência em Bruxelas, onde estudou e integrou uma banda de Rap. Mas, ainda que ela fosse uma moça africana abençoada por poder aprender sobre culturas diferentes, o sentimento patriótico falou mais alto: no início dos anos 90 ela voltou para Mali para assimilar os elementos musicais do seu povo e poder expressar em sua música não a cultura dos outros povos, mas a sua cultura, a cultura africana, mais propriamente a música de Mali. O desafio foi se instituir como uma voz contemporânea sem desprezar a instrumentação e todos os elementos étnicos-tradicionais africanos. Em seu site a cantora deixa explícito que não queria cantar jazz, pop ou qualquer música que não viesse de suas raizes: "The daughter of a Malian diplomat who was posted to the USA, Europe and the Middle East, she studied in Brussels and worked in a rap band, before deciding to go back to Mali to create the music she wanted, which was to be 'not pop, not jazz, not classical but something contemporary with traditional instruments'". A jornada até o reconhecimento foi suada: já de volta à Europa, a cantora teve de se sujeitar a trabalhar como empregada doméstica e lavadora de pratos em restaurantes, até que conseguiu juntar bons músicos africanos e não-africanos que aceitaram e puderam trabalhar a partir da suas idéias: trabalhar numa abordagem mais folk mas imprimindo uma roupagem contemporânea. Enfim, em 1997, Rokia teve seu merecido reconhecimento após participar do Anglouleme Festival France, sendo aclamada na categoria 'African Discovery of 1997'. Era o começo de uma carreira prolíficua: hoje Rokia Traore é uma das mais interessantes vozes da World Music. Com quatro discos lançados desde 1998, a cantora vem evoluindo em questão de contemporaneidade, fazendo uso de texturas minimalistas e tênues efeitos eletrônicos, mas sempre com a instrumentação acústica em primeiro plano: uma instrumentação marcada pela presença de Kora, bailofones, guitarra acustica ou semi-acustica, ngoma, entre outros tambores diversos da cultura africana. Dessa forma Rokia passou a agradar não só fãs de Word Music como também de outros gêneros. Seus ultimos discos, Bowmboï ( o seu melhor disco, lançado em 2004, com participação do grande quarterto de cordas Kronos Quartet) e Tchamantché (2009), por exemplo, foram lançados pelo selo Nonesuch, um dos selos de grande exclência em questão de jazz contemporâneo que, inclusive, emplacou três dos seus ultimos álbuns na lista dos mais votados da Revista Down Beat em 2008: Day Trip, do trio do guitarrista Pat Metheny (Christian McBride, baixo; Antonio Sanchez, bateria); History, Mystery, do guitarrista Bill Frisell e Brad Mehldau Trio: Live (at the Village Vanguard). Para baixar discos de Rokia Traoré acesse o buscador Captain Crawl.
Rokia Traore (vocals, acoustic guitar); Ousmane Sacko (vocals); Christophe Minck (guitar, bass instrument); Djibril Camara (bolon); Kronos Quartet (strings); Andra Kouyate (ngoma, percussion); Mamah Diabate, Baba Sissoko (ngoma); Steve Shehan, Sidiki Camara, Alou Coulibaly, Adama Diarra (percussion); Charlotte Dipanda (background vocals)
Rokia Traore não chegou a sofrer com a pobreza de seu país, pois foi abençoada por ser filha de um diplomata de Mali. Mas isso não foi o suficiente para que ela não sofresse para se instituir artista. Mandada pelo pai pra estudar no exterior, Rokia chegou a morar em vários lugares diferentes como EUA, Europa e Oriente Médio, chegando a fixar residência em Bruxelas, onde estudou e integrou uma banda de Rap. Mas, ainda que ela fosse uma moça africana abençoada por poder aprender sobre culturas diferentes, o sentimento patriótico falou mais alto: no início dos anos 90 ela voltou para Mali para assimilar os elementos musicais do seu povo e poder expressar em sua música não a cultura dos outros povos, mas a sua cultura, a cultura africana, mais propriamente a música de Mali. O desafio foi se instituir como uma voz contemporânea sem desprezar a instrumentação e todos os elementos étnicos-tradicionais africanos. Em seu site a cantora deixa explícito que não queria cantar jazz, pop ou qualquer música que não viesse de suas raizes: "The daughter of a Malian diplomat who was posted to the USA, Europe and the Middle East, she studied in Brussels and worked in a rap band, before deciding to go back to Mali to create the music she wanted, which was to be 'not pop, not jazz, not classical but something contemporary with traditional instruments'". A jornada até o reconhecimento foi suada: já de volta à Europa, a cantora teve de se sujeitar a trabalhar como empregada doméstica e lavadora de pratos em restaurantes, até que conseguiu juntar bons músicos africanos e não-africanos que aceitaram e puderam trabalhar a partir da suas idéias: trabalhar numa abordagem mais folk mas imprimindo uma roupagem contemporânea. Enfim, em 1997, Rokia teve seu merecido reconhecimento após participar do Anglouleme Festival France, sendo aclamada na categoria 'African Discovery of 1997'. Era o começo de uma carreira prolíficua: hoje Rokia Traore é uma das mais interessantes vozes da World Music. Com quatro discos lançados desde 1998, a cantora vem evoluindo em questão de contemporaneidade, fazendo uso de texturas minimalistas e tênues efeitos eletrônicos, mas sempre com a instrumentação acústica em primeiro plano: uma instrumentação marcada pela presença de Kora, bailofones, guitarra acustica ou semi-acustica, ngoma, entre outros tambores diversos da cultura africana. Dessa forma Rokia passou a agradar não só fãs de Word Music como também de outros gêneros. Seus ultimos discos, Bowmboï ( o seu melhor disco, lançado em 2004, com participação do grande quarterto de cordas Kronos Quartet) e Tchamantché (2009), por exemplo, foram lançados pelo selo Nonesuch, um dos selos de grande exclência em questão de jazz contemporâneo que, inclusive, emplacou três dos seus ultimos álbuns na lista dos mais votados da Revista Down Beat em 2008: Day Trip, do trio do guitarrista Pat Metheny (Christian McBride, baixo; Antonio Sanchez, bateria); History, Mystery, do guitarrista Bill Frisell e Brad Mehldau Trio: Live (at the Village Vanguard). Para baixar discos de Rokia Traoré acesse o buscador Captain Crawl.
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