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Ao lado e Evan Parker, Derek Bailey é o expoente máximo da Escola Inglesa de Livre Improvisação. E a pergunta que não quer calar: é Jazz? A resposta: ele surge de uma trilha nascida dos caminhos do Free Jazz, mas que, na década de 70, desviou-se das essências do Jazz norte-americano e transcendeu o limite do experimental. No entanto, para os amantes de música abstrata, pouco importam os rótulos e denominações. Derek Bailey é um gênio que inventou seus próprios jeitos e trejeitos de abordar a guitarra, a ponto de receber uma comparação com o famoso piano preparado de John Cage. Assim, de uma época de happenings, livres improvisações, música serial, música aleatória e outros experimentalismo artísticos, surgiram expoentes europeus que dispensaram qualquer conceituação artística que os cristalizassem, sendo alguns deles Peter Brötzmann, Evan Parker, John Stevens, Albert Mangelsdorff e muitos outros: no meio de todos esses, Derek Bailey recebe um carinho muito especial dos fãs de avant-garde.
Este disco é conjunto de faixas que foram gravadas de 1971 a 1998, sendo interessante porque mostra o apreço de Derek Bailey por experimentos com amplificação e pedais de efeito já no início da década de 70, mostrando que o guitarrista é,defintivamente, o grande precursor da guitarra experimental. A maior parte do material foi gravado em 1971: trata-se de uma espécie de suite, a "Six Fairly Early Pieces", gravada com a distinta guitarra de Bailey amplificada e distorcida com pedais de efeito. Segue-se "Rehearsal Extract" com Anthony Braxton, onde Derek Bailey flerta com um violão acústico ao invés da guitarra. "Tunnel Hearing" também é um acustico, sendo que nesta faixa, especificamente, Bailey segue totalmente solo. Adiante vem "A Bit of the Crust" e "A Bit of the Dumps" com Kent Carter no baixo e John Stevens na bateria. E, por fim, a curiosidade fica por conta de um material de propriedade de Martin Davidson: "The Last Post" e "Postscript" são faixas que foram gravadas em cassete nos respectivos anos de 1979 e 1987, contendo raros trechos onde há acordes indentificáveis, além de uma narração ao fundo que aborda vários assuntos, entre eles pensamentos sobre a política de Margaret Thatcher. A única faixa gravada na década de 90 é "Post Postscript ", a qual traz uma atualização das faixas anteriores . (Editado pelo selo Emanem).
Ao lado e Evan Parker, Derek Bailey é o expoente máximo da Escola Inglesa de Livre Improvisação. E a pergunta que não quer calar: é Jazz? A resposta: ele surge de uma trilha nascida dos caminhos do Free Jazz, mas que, na década de 70, desviou-se das essências do Jazz norte-americano e transcendeu o limite do experimental. No entanto, para os amantes de música abstrata, pouco importam os rótulos e denominações. Derek Bailey é um gênio que inventou seus próprios jeitos e trejeitos de abordar a guitarra, a ponto de receber uma comparação com o famoso piano preparado de John Cage. Assim, de uma época de happenings, livres improvisações, música serial, música aleatória e outros experimentalismo artísticos, surgiram expoentes europeus que dispensaram qualquer conceituação artística que os cristalizassem, sendo alguns deles Peter Brötzmann, Evan Parker, John Stevens, Albert Mangelsdorff e muitos outros: no meio de todos esses, Derek Bailey recebe um carinho muito especial dos fãs de avant-garde.
Este disco é conjunto de faixas que foram gravadas de 1971 a 1998, sendo interessante porque mostra o apreço de Derek Bailey por experimentos com amplificação e pedais de efeito já no início da década de 70, mostrando que o guitarrista é,defintivamente, o grande precursor da guitarra experimental. A maior parte do material foi gravado em 1971: trata-se de uma espécie de suite, a "Six Fairly Early Pieces", gravada com a distinta guitarra de Bailey amplificada e distorcida com pedais de efeito. Segue-se "Rehearsal Extract" com Anthony Braxton, onde Derek Bailey flerta com um violão acústico ao invés da guitarra. "Tunnel Hearing" também é um acustico, sendo que nesta faixa, especificamente, Bailey segue totalmente solo. Adiante vem "A Bit of the Crust" e "A Bit of the Dumps" com Kent Carter no baixo e John Stevens na bateria. E, por fim, a curiosidade fica por conta de um material de propriedade de Martin Davidson: "The Last Post" e "Postscript" são faixas que foram gravadas em cassete nos respectivos anos de 1979 e 1987, contendo raros trechos onde há acordes indentificáveis, além de uma narração ao fundo que aborda vários assuntos, entre eles pensamentos sobre a política de Margaret Thatcher. A única faixa gravada na década de 90 é "Post Postscript ", a qual traz uma atualização das faixas anteriores . (Editado pelo selo Emanem).
3 comentários:
Estas gravações são uma boa mostra da característica de Bailey, que é tão forte que não importa onde ele esteja, seja em uma gravação com um dj de Drum'n'bass ou standards, é facilmente reconhecido. A eterna discussão sobre a livre improvisação, a música de forma mais abstrata, bem, a maioria das pessoas tem dificuldade de romper estas barreiras, já pré-estabeleceram o que pode e o que não pode ser considerado música. Se as artes plásticas fossem tratadas da mesma forma, ainda estaríamos na época de Michelangelo, Rodin, Caravaggio, etc., não havendo legitimidade para artístas como Picasso, Pollock, Basquiat, Rauschenberg, etc.
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o que eu mais admiro em derek bailey é justamente isso: ele imprimiu a sua identidade e a sua estética pessoal num universo onde a maioria dos artistas tiveram dificuldade de fugir daquela livre improvisação tocada sempre da mesma forma...com isso quero dizer que se fizermos uma comparação com Ornette, Marion Brown e Sonny Simmons até poderemos constatar suas características próprias (porque todo músico tem as suas), mas com a mesma abordagem sessentista...ou ainda se pegarmos Ayler e Frank Wright, o segundo é a influência extentida de Ayler...quer dizer, é totalmente coerente que haja os criadores da arte e os continuadores das tais criações artísticas... mas bailey optou por ser unicamente bailey: uma fonte e um pilar da livre improvisação inglesa.
quanto ao considerar a cacofonia e música abstrata como algo relevante ou não para a arte da música, acho que toda música é um tipo de barulho, mas nem todo barulho pode ser considerado música, artisticamente falando: quando conseguimos nos emocionar, além de detectar a técnica, o propósito, o conceito e a criatividade por detrás da arte, seja ela a cacofonia musical ou a "action paiting", costumo dizer que nesse caso a tal obra faz todo sentido enquanto arte. Eu por exemplo sou fascinado em Jackson Pollock...
E eu acho que artistas como derek bailey e Evan Parker foram músicos que criaram suas estéticas e suas técnicas próprias, apesar que a tendência e o uníco propósito da época era não cristalizar-se numa estética definível...agora, seria essencial que a próxima tarefa fosse que outros artistas popularizassem e estilizasse essas técnicas e estéticas, a fim de que, com o passar dos anos, essas estéticas e experimentalismos fossem se tornando ultrapassados e, consequentemente, novos desafios por experimentalismos mais inéditos fossem surgindo
acho que isso já tá acontecendo: vejo músicos como John Zorn e james Carter que conseguiram atingir um número maior de pessoas, justamente mostrando essas técnicas de sopro inicialmente explordas por músicos como Ayler e Evan PArker
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