Em minha humilde opinião, não há músico mais importante no jazz do que Miles Davis, mas há quem discorde eu sei. Há quem diga, por exemplo que o supracitado não figura entre os melhores trompetes e que é cultuado com falso idolo de fé paga para os fundametalistas cegos de crença. Mr. Davis já foi assunto de fumegantes discussões no Clube dos pescadores de fim de semana e continuará sempre despertando paixões efusivas e ódios convulsivos - mas nunca desprezo. E tudo que é bom tem gosto de bis, diz o letreiro da propaganda na caixinha que os pescadores carregam e outro momento de uma simple mudança guardou para sempre um dos melhores... jazz at The Plaza Vol. I, registo gravado em 28 de Julho de 1958 num dos melhores e mais prestigiados hotéis de Manhattan no Condado de Nova Iorque, no antológico Hotel Plaza numa festa da Columbia Records com o The Miles Davis Sextet, os mesmos músicos que gravariam um ano depois o mítico "Kind of Blue", que viria ser um clássico de Miles, eternizando nas mentes de todo apreciador de Jazz com excepção dos fundamentalistas. São apenas quatro faixas: If I Were a Bell, Oleo, My Funny Valentine e Straight, No Chaser. Três delas (as últimas) são clássicos imortais, gravados e regravados por músicos cujo talento se incumbirá de torna-las eternas. A Producão ficou a cargo do já conhecido produtor e "amigo" Teo Macero, uma aguia que tudo vê e Irving Townsend para uma Reedição da serie "I love jazz série" de Henri Renaud, que contaria com outras gravações de musicos para o selo virgente da Serie. Era a primeira vez que o jazz se fez ouvir no luxuoso Plaza, onde a nobreza desfilava pelas escadarias e corredores de perfeito gosto. O hotel abriu suas portas em 01 de Outubro de 1907, fruto do sonho de três homens ambisiosos: Bernhard Beinecke um financeiro, Fred Sterry um hoteleiro e Harry S. Black o presidente de uma empresa de construção. Edifíado com 19 andares e dois anos para ser erguedo a partir do projecto original de Henry Janeway Hardenbergh; custou na época 12 milhões de dólares. Por mas que me atenho ao sideman Bill Evans e a John Coltrane com seu sopro pessoalíssimo, abro um parenteses a Jimmy Cobb, cuja performance na bateria é inacreditavelmente segura, certeira, intensa. Sem contar Cannonball (no sax alto) e o magnífico Paul Chambers, no contrabaixo. Por quê? E só ouvir My Funny Valentine e você entenderá, de imediato a perfeita razão. Mas proponho que você vá mais longe - e ouça todo o disco. Curioso o que Irving Townsend explica nas liner notes que acompanham o disco: "The bandstand consisted of carpeted risers facing 58th street and was cluttered with the baggage of the Ellington bus. There the Miles Davis Sextet , like six stragglers from a larger band, took up the cause, while Plaza waiters took up the orders".
Faixas:
01 - If I Were A Bell (8:31)
02 - Oleo (10:38)
03 - My Funny Valentine (10:18)
04 - Straight, No Chaser (10:57)
Músicos:
Miles Davis - Trompete
John Coltrane - Sax. Tenor
Julian "Cannonball" Adderley - Sax. Alto
Bill Evans - Piano
Philly Joe Jones - Bateria
Paul Chambers - Baixo
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Esta postagem é uma parceria entre o blog Farofa Moderna e o blog borboletas de jade
Boa audição - Namastê.
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