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Novas vozes da Música Instrumental Brasileira I

Esperança, paciência, criatividade, perseverança (leia-se insistência ou firmeza) são as virtudes necessárias pra quem quer se profissionalizar na área da autêntica música popular ou instrumental brasileira. Aliás, nesse nicho artístico, o músico que se preza sempre tem em mente que, antes da profissão e acima dela, está a arte e a tradição. E arte e tradição não são vendáveis a todas as pessoas. Então, as chances de agaranhar grandes públicos e grandes lucros são mínimas. A não ser que o músico se diversifique e/ou ceda de uma vez por todas aos propósitos do mercado, que sempre exige uma música mais eclética e palatável, com melodias mais acessíveis aos ouvidos e quadris desse público que não foi educado para apreciar arte, mas sim entretenimento. Não obstante, os novos músicos brasileiros mostram que encontraram, a muito tempo, seus exemplos de músicos perseverantes que, através das virtudes citadas, venceram e se impuseram no mercado - nacional e internacional - como autênticos artistas e inovadores da Música Instrumental Brasileira. Esses exemplos nós constatamos ao estudar o desdobramento das inovações iniciadas na década de 70. Ou seja, a partir das influências da primeira geração da Música Instrumental Brasileira - Paulo Moura, Hermeto Pascoal, Nenê, Moacir Santos, Airto Moreira, Sivuca, Arismar do Espírito Santo, entre outros - evidenciou-se, na década de 80 e 90, uma leva de outros grandes músicos como Mauro Senise, Carlos Malta, Vinicius Dorin, Michel Leme, Teco Cardoso, Léa Freire, Nailor Proveta, Maestro Spok, dentre muitos outros que venceram os impecílios do mercado, primaram pela arte e hoje são legendas da Música Instrumental Brasileira. Do mesmo modo, do final da década de 90 para o início desse século, há uma esperança animadora que refresca esse gênero musical por conta do surgimento de excelentes músicos, grupos e bandas que, antenados com as estéticas da música moderna e contemporânea, não só estão dando continuidade nas abordagens de seus mestres como já começam a enriquecer o cenário atual com abordagens bem diversificadas sem renegar a brasilidade que corre em suas veias.

Nós, apreciadores sudestinos, estamos sempre a lembrar do eixo Rio-São Paulo e esquecemos de outros grandes cenários ricos em música instrumental. É preciso lembrar, portanto, que além dos novos cenários sudestinos proporcionados por núcleos e instituições que se fortaleceram - como o Pró-Arte no Rio de Janeiro, o festival BDMG de Minas Gerais e o Conservatório de Tatuí no interior de São Paulo - há o emergente cenário nordestino, sobretudo nas imediações de Pernambuco, onde há uma crescente revalorização da cultura brasileira casada com almejos à criação musical moderna contemporânea - lembrando, claro, dos resultados proporcionados pelo já histórico Movimento Armorial. Dentro dessa vertente contemporânea há, além da revalorização da cultura popular brasileira, o uso de influências diversas das vanguardas históricas: do jazz moderno ao fusion, da livre improvisação à música erudita contemporânea até o noise e o rock progressivo, tudo é usado como influência na hora da criação musical. Há, evidentemente, grupos e músicos que tentam soar modernos através de estilos mais alusivos à música tradicional brasileira na tentativa de atualizar, modernizar e misturar certos rítmos como o choro, o baião, o frevo e o samba, explorando mais a escrita composicional do que o improviso. Mas há, também, grupos que estão colocando o Brasil no mapa do jazz contemporâneo e da música improvisada, com projetos que, apesar de menos alusivos à tradição popular, criam uma novo cenário de música criativa. Alguns dos novos lançamentos na área da Música Instrumental Brasileira - indicações do Blog Farofa Moderna para brasileiros que apreciam tanto o nosso "tradicional que tenta soar moderno" como o nosso "moderno que tenta se tradicionalizar" - estão listados abaixo:


play Performance - Fabinho Costa (2007)

Fabinho Costa é um dos mais talentosos trompetistas brasileiros da atualidade. Além da excelente técnica, Fabinho é um ótimo arranjador e tem a noção musical ampliada para várias influências musicais, sem esquecer das influências brasileiras, sobretudo a nordestina - já que ele é genuíno do Estado de Pernambuco, um dos grandes redutos produtores de boa música no Brasil. O seu primeiro CD Performance comprova todo o mérito que o instrumentista vem recebendo desde que se associou aos projetos do frevo instrumental pernambucano, sendo uma das estrelas a colaborar com o grande Maestro Spok e sua orquestra, além de já ter tocado, também, com músicos do calibre de maestro Edson Rodrigues, Arthur Maia, Di Stéffano, Luciano Magno, Jubileu Filho, Eduardo Taufic, Junior Xanfer entre outros. Performance não é um disco de tino inovador, mas é fantástico porque faz jus ao título com solos elegantes e virtuosos, além de evidenciar a espantosa versatilidade com que Fabinho transita por vários estilos: rock, blues, funk, smooth jazz, fusion, jazz brasileiro e afins. Fabinho já deixou claro - e este disco comprova - que suas influências no ramo do trompete são diversas: percebe-se, em seu som, traços de Miles Davis, Dizzy Gillespie, Chet Baker, Freddie Hubbard, Arturo Sandoval, Wynton Marsalis e Marcio Montarroyos. Em termos de comparação, o fraseado do rapaz não deixa a desejar em nenhum dos casos! (Independente) Comprar!


playPedra Grande - Armazem Aboporu (2006)

Formado em 2001, o Armazém Abaporu é um sensacional sexteto de São Paulo. Citado no Podcast Miscelânia Vanguardiosa, o grupo foi descrito pelo músico Ricardo Sá Reston da seguinte forma: "o Armazém cria um trabalho que consiste em aliar as possibilidades estruturais da música erudita à riqueza da música popular brasileira em composições e arranjos que transbordam imaginação e sonoridades inusitadas. O resultado é música instrumental brasileira contemporânea da melhor qualidade, altamente ligada às raízes mas com o olhar claramente voltado para o futuro". Liderado por Sérgio Cardoso, músico erudito que trabalhou na Europa por um bom tempo, o Armazem é um exemplo fantástico de como a elaboradíssima composição brasileira integra rítmos diversos dentro de uma linguagem que pode soar única e peculiar, como soa linguagem do próprio grupo. Com arranjos e harmonia bem elaborados, o Armazem une, por exemplo, jazz e música erudita aos rítmos diversos da música brasileira - xote, marcha,choro - para criar uma música quase que totalmente estruturada. Trata-se de um alto padrão de criatividade! (Editio Princeps). Comprar!


playAmanajé - Amanajé (2006)

Formado por Raphael Ferreira no saxofone e flauta, Thiago Righi nas guitarras, violão e bandolim, Hercules Gomes no piano, Rodrigo Pinheiro no baixo e Tiago Domingues na bateria, o grupo paulistano Amanajé é mais um exemplo do excelente "Brazilian Jazz" contemporâneo. Influenciados tanto pelos ritmos brasileiros como pelo estilo de improvisação jazzística ligada ao post-bop, sub-gênero de jazz americano bem constatado em improvisos do saxofonista Chris Potter e companhia, o grupo do saxofonista Raphael Ferreira já surge como uma promessa para acentuar a estilosa linhagem jazzística bem representada por músicos paulistanos já legendários como Michel Leme, Sandro Haick e Alex Buck. Amanajé, disco homônimo lançado em 2006 traz participações de Arismar do Espírito Santo, Michel Leme e Sandro Haick. Jazz Brasileiro de primeira linha! (Tratore). Clique na capa do disco para comprar!



playA Trombonada - De Madrugada (2008)

Sobre o grupo A Trombonada e seu mais novo lançamento, De Madrugada, discorreu o crítico Bruno Vitorino em matéria postada no Clube de Jazz em 24/05/2009: "Por iniciativa de Nilsinho Amarante, 1º trombonista da Banda Sinfônica da Cidade do Recife, o grupo surgiu em 2005. Com a proposta de difundir a música para o trombone e popularizar o mesmo, Amarante convidou quatro trombonistas a embarcar no projeto: Cléber Silva, Esli Lino, Adelson Lins e Jorge Guerra . Logo em seu início foi apadrinhado por um dos artistas mais criativos da atualidade, o pernambucano Silvério Pessoa. Já trabalhou também com grandes nomes da música popular como Elba Ramalho, Nena Queiroga, Pedro Luís e a Parede...e etc. O disco, gravado e mixado no Estúdio Carranca, em Recife, nos meses de novembro de 2007 e abril de 2008, tem 12 (doze) faixas do mais alto nível e conta com a participação especial de vários músicos da mais elevada categoria: Gilberto Cabral, Serginho Trombone, Genaro, Maestro Spok, Naná Vasconcelos, Fabinho Costa, Bocato, dentre outros." As influencias musicais são diversas: os arranjos e orquestrações englobam do frevo, baião e maracatu à música latina marcada pelo ska e percursão cubana, além da música popular brasileira e algumas pitadas de brazilian jazz. (Independente). Comprar!


playHorizonte Artificial - Sinequanon (2007)

o grupo de jazz contemporâneo brasileiro Sinequanon, com Lupa Santiago (guitarra), Vítor Alcântara (saxofones), Guto Brambilla (contrabaixo) e Carlos Ezequiel (bateria), explora improvisação coletiva e composição moderna com ênfase nas nuances típicas de uma formação acústica. Suas influências se estendem desde a música erudita contemporânea às vanguardas do jazz e da música instrumental brasileira. A história de grupo se inicia em 1997, quando Lupa e Carlos iniciaram uma parceria em Boston, E.U.A. A dupla se apresentou intensamente pela costa leste americana em formações que iam de trios a septetos, e em 2000 gravaram seu primeiro cd, “Images”, lançado no Brasil no ano seguinte e indicado ao Grammy Latino em 2002 como Melhor Álbum de Jazz. Com o retorno ao Brasil, um novo quarteto foi formado com Vítor Alcântara e Guto Brambilla, passando a se apresentar com o nome de Sinequanon.“Horizonte Artificial” é o novo CD do Sinequanon, gravado em outubro de 2007 e chegando ao público brasileiro no início de 2008. Seguindo a mesma personalidade inovadora e experimental, o álbum traz surpresas tais como a participação especial do virtuoso trompetista Daniel D’Alcântara. (Tratore). Comprar!


playCurva de Vento - Rivotrill (2008)

Rivotril é um remédio usado por pessoas que sofrem de epilepsia: talvez seja daí que o trio pernambucano tirou o nome Rivotrill (quem sabe através de uma espécie de paródia que surgiu de forma bem humorada, como quando brincamos com os amigos dizendo "putz, cara! você é louco! esqueceu de tomar seu Gardenal?"). E o humor é uma das marcas registradas desse trio formado em meados do ano de 2007. "Fazer música instrumental com bom humor e qualidade": essa é a única concepção musical do Rivotrill. Formado pelos jovens Junior Crato (Sax, Flauta e Teclado) de 26 anos, Rafael Duarte (Contra-baixo) de 21 anos e Lucas dos Prazeres (Percussão) de 22 anos, o trio pernambucano trio Rivotrill vem impressionando platéias pelos palcos por onde passam - seja nos palcos nordestinos ou nos palcos sudestinos. O trio mostra uma vasta compreensão de música, o que ficou bem claro no disco de estréia Curva de Vento, gravado de forma independente e lançado em meados de 2008: trata-se de uma fusão e confusão de rítmos, sonoridades e estilos musicais diversos, todos organizados de forma coerente através de composições que, de tão coesas e bem estruturadas que são, chegam a enganar a idade dos membros. As influências vão da música eletroacústica, batidas afro-brasileiras e afro-cubanas, música experimental, rock psicodélico, MPB até ao Jazz. Curva do Vento conta com participações especiais do veterano percursionista Naná Vasconcelos, o interessante trompetista Fabinho Costa, o grande maestro e saxofonista Spok (líder da Spok Frevo Orquestra), a cantora Renata Rosa e o produtor Yuri Queiroga, que colabora nos eletrônicos e assina a produção musical junto com o trio. (Trama) Clique na capa do disco para comprar!


3 comentários:

pituco disse...

vagner,
muito bom...bacanudo texto, lembranças e dicas dos novos...

o brasil também é fértil em música instrumental...desde os regionais de choro aos trios de samba jazz...luiz eça,o mestre...v.assis brasil,gismonti,pau brasil,rodithi,raul,deodato,laurindo de almeida...nossa, tanto fera,não é verdade?

os citados acima,pelo virtuosismo e/ou pioneirismo, ainda que têm trânsito internacional na música instrumental...concertos,festivais e gravações...

mas,a maioria está circunspecta às platéias diminutas...antes, vivam das orquestras,backmusicians dos grandes astros, estúdios e publicidade...hoje,não sobram nem essas opções,não é isso?

tirante a música prá pular brasileira(reflexo da maior parte da audiência popular)...a parcela mais elitizada que poderia consumir música instruemntal no brasil evita o género por preconceito ou preguiça mesmo...o mesmo acontece com música erudita.

uma coisa é não ter acesso à informação...outra é ter e não acessar.

parece lástima...e é...rs...
ainda bem que existe um blog tão bacanudo como o teu...valeô.

abraçsonoros
namaste

Vagner Pitta disse...

Vamos fazer a nossa parte, né Pituco!!!

Acredito que nossos blogs é um pontinho a mais para trazer mais pessoas ao conhecimento da excelente música intrumental brasileira!

Abraços!

pituco disse...

é isso aí, vagner-san...rs

sem desmerecer nenhuma postagem (muita música bacanuda e criativa), mas destaco o grupo 'amanajé'(arranjos,sonoridade e ótimos músicos)...vou querer o cd,com certeza.

abraçsonoros
namaste

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