Interessante e multifacetado é este álbum: um dueto entre dois dos maiores nomes da segunda fase do Free Jazz, o mestre dos sopros Anthony Braxton e o pianista Muhal Richard Abrams, esse não tão conhecido da maioria como é Cecil Taylor, por exemplo; mas Muhal Richard Abrams é, além de um dos principais nomes do piano a partir do final da década de 60, um dos pioneiros e fundadores da escola vanguardista de Chicago: ele ajudou a fundar,inclusive, a AACM (Association for the Advancement of Creative Musicians), fundação de músicos de Chicago que prezam pela música livre e inventiva. Muhal que iniciou seus estudos na mesma Faculdade Roosevelt de Anthony Braxton, se descobriria logo um grande autodidata capaz de aprender tudo aquilo em que se despusesse em vasculhar: foi assim que aconteceu em suas viagens pela história do jazz, quando resolveu que seria um compositor e quando, ousadamente, resolveu que seria um pianista capaz não só de dar cores às abstrações do Free Jazz, mas capaz de tocar e compor peças como as eruditas que exigen rigor, leitura e concentração. Assim, foi natural que Muhal Richard Abrams de indentificasse com vários nomes do piano e do arranjo jazzístico que tiveram essas ascendências: entre eles Fletcher Henderson e principalmente, Duke Ellington (além de Scott Joplin, que é o que revela esse registro).
O interessante deste disco, além da boa interação do sopro de Braxton com o piano de Muhal Ricahrd Abrams, é a escolha do repertório: para além dos originais braxtonianos Composition 60, Composition 40P e Composition 62, há ,ainda, uma melodiosa versão da composição "Miss Ann" de Eric Dolphy, onde Braxton toca seu sax alto com o peculiar fraseado com o qual estava a trabalhar nessa época, algo como aquilo que o próprio Braxton denominou como "free-bop" que unia a linguagem parkeriana com a linguagem do Free Jazz - sabe-se, também, que o próprio Eric Dolphy fora um dos vanguardistas mais entusiastas de Charlie Parker. Mas o que mais intriga neste álbum é, justamente, a inusitada interpretação de um ragtime de Scott Joplin, o "Maple Leaf Rag", escolhido por Muhal Richard Abrams: nessa podemos escutar Braxton tocando a sua clarineta, o mais gracioso e minúsculo instrumento desse registro comparando aos gigantes saxofone-baixo e clarone que se ouve nas composições Composition 40P e Composition 62, respecitvamente.
Por fim, o disco termina com a lindíssima balada "Nickie", composta por Muhal e Anthony Braxton para homenagear a esposa do saxofonista, Nickie Braxton. Disco gravado pelo selo Arista, onde Braxton teve a sorte de lançar uma série de trabalhos em pouco tempo: digo sorte porque desde o início, a alguns anos atrás com o lançamento de For Alto, Braxton já tinha se confirmado como um músico de grande rejeição comercial, chegando a sofrer momentos de grande pobreza e falta de dinheiro. Para baixar este álbum acesse o buscador Captain Crawl.
1 Miss Ann
2 Composition 60
3 Composition 40p
4 Maple Leaf Rag
5 Composition 62
6 Nickie
O interessante deste disco, além da boa interação do sopro de Braxton com o piano de Muhal Ricahrd Abrams, é a escolha do repertório: para além dos originais braxtonianos Composition 60, Composition 40P e Composition 62, há ,ainda, uma melodiosa versão da composição "Miss Ann" de Eric Dolphy, onde Braxton toca seu sax alto com o peculiar fraseado com o qual estava a trabalhar nessa época, algo como aquilo que o próprio Braxton denominou como "free-bop" que unia a linguagem parkeriana com a linguagem do Free Jazz - sabe-se, também, que o próprio Eric Dolphy fora um dos vanguardistas mais entusiastas de Charlie Parker. Mas o que mais intriga neste álbum é, justamente, a inusitada interpretação de um ragtime de Scott Joplin, o "Maple Leaf Rag", escolhido por Muhal Richard Abrams: nessa podemos escutar Braxton tocando a sua clarineta, o mais gracioso e minúsculo instrumento desse registro comparando aos gigantes saxofone-baixo e clarone que se ouve nas composições Composition 40P e Composition 62, respecitvamente.
Por fim, o disco termina com a lindíssima balada "Nickie", composta por Muhal e Anthony Braxton para homenagear a esposa do saxofonista, Nickie Braxton. Disco gravado pelo selo Arista, onde Braxton teve a sorte de lançar uma série de trabalhos em pouco tempo: digo sorte porque desde o início, a alguns anos atrás com o lançamento de For Alto, Braxton já tinha se confirmado como um músico de grande rejeição comercial, chegando a sofrer momentos de grande pobreza e falta de dinheiro. Para baixar este álbum acesse o buscador Captain Crawl.
1 Miss Ann
2 Composition 60
3 Composition 40p
4 Maple Leaf Rag
5 Composition 62
6 Nickie
3 comentários:
Olá não sei onde se pede para repor links quebrados,entao vim aqui para dizer que o link ze da velha e silverio pontes etá quebrado e precisa ser reposto.
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obrigado garoto do cavaco !
mas infelismente não consertamos os links quebrados, pois além do tempo em qual não disponho, prezamos, sobretudo, a informação musical dos discos e músicos, ficando à cargo dos nossos visitantes e apreciadores de adquirí-los sob outra forma: comprando, ou baixando de outro blog !
muito obrigado e seu blog de choro é muito 10 !
abraços !
Algns anos atrás, foi lançado em bancas de jornais e revistas, a série "100 anos de Swing" sobre Jazz, com revistas acompanhadas de cd's. Muitos cd's eram discos completos, e não coletâneas como costuma ser. E um deles foi do Muhal, se não me engano, uma gravação do selo Soul Note/Black Saint. Foi uma série muito boa que tinha cd's do Billy Harper, Cecil Taylor, Hamiet Bluiett, etc.
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