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E o Jazz morre pela enésima vez: sepultado em Berklee e na Julliard School...


"A geração de Wynton Marsalis significou a retomada ao Jazz Moderno e a importante transição para o Modern Creative"



Recentemente um tal crítico inglês chamado Stuart Nicholson apareceu com um disparate: um livro que afirma que o jazz norte-americano foi à pinéu apartir da década de 80. O livro, que vem com a pergunta "Is Jazz Dead? (Or Has It Moved to a New Address)", é categórico quando diz que devido ao ensino institucionalizado do jazz nas universidades, ao conservadorismo da geração liderada por Wynton Marsalis e à ação das grandes gravadoras em promover estrelas ecléticas como a cantora Diana Krall, o jazz norte-americano perdeu seu espírito inventivo, pois as maiores inovações estavam ocorrendo fora dos EUA ou através de músicos europeus, já que os músicos americanos saiam das escolas de música com todo um pensamento cristalizado. No entanto, quando nos interamos do real cenário do jazz nos EUA, vemos que essa tese não tem fundamento: é lamentável que o Sr Nicholson despreze as modernas roupagens dos discos de Wynton Marsalis nos anos 80 e não entenda o importante papel que o Neo-Bop exerceu para que o jazz norte-americano resgatasse sua identidade após a decadente década de 70, período em que o jazz instrumental era expremido pela enorme ação da Pop Music, da psicodelia do Fusion, do Rock e da Música Experimental; é lamentável, ainda, que o Sr Nicholson não entenda que após a geração dos Young Lions dos anos 80 e 90, a outra geração de músicos inovadores que começou a evidenciar-se no início do século 21 surgiu mais lúcida do que a geração pós-Ornette dos anos 70, no sentido de inovar sem que para isso fosse nescessário renegar toda a identidade jazzística ou abandonar a elaboração composicional, criando sonoridades abstratas através de experimentalismos e aparatos tecnológicos, dando um resultado final que fugisse às limitações do Jazz (sim, os vanguardistas não acreditam, mas o Jazz tem suas estéticas e, portanto, suas limitações).

O que quero dizer é que a geração de neoboppers ou a geração dos Young Lions (como queiram), teve o importante papel de resgatar a identidade e o respeito que o Jazz perdera com o advento do Pop, Rock e Avant-Garde e, consequentemente, contribuiu para elucidar essa nova geração de improvisadores do século XXI, ou seja, a geração de Wynton Marsalis teve o importante papel de iniciar uma significativa evolução do Jazz Moderno e contribuiu para que essas novas mentes partissem para as tentativas de inovações da pós-modernidade sem renegar as tradições do jazz acústico, sem renegar a identidade inerente ao Jazz. Basta ver que o Jazz ganhou espaço justamente através da ascenção de um grande número de músicos "conservadores" como Wynton Marsalis, Branford Marsalis, Nicholas Payton, Kenny Garrett, Roy Hargrove, Cassandra Wilson, Brad Mehldau, Chris Potter, Eric Alexander, James Carter, Terence Blanchard, Regina Carter dentre muitos outros músicos que prezam por prezervar as heranças do Jazz Moderno, oque não significa que eles não sejam criativos dentro de seus contextos. O Sr Stuart Nicholson ainda esqueceu da corrente inovadora do M-Base, filosofia que surgiu em meados dos 80 com as idéias do altoísta Steve Coleman e tem dezenas de grandes músicos adeptos: Greg Osby, Branford Marsalis, Geri Allen, Roy Hargrove, Vijay Iyer, Cassandra Wilson, Marvin "Smitty" Smith, George Lewis, dentre muitos outros.

Sobre os instrumentistas e improvisadores americanos a ditarem o jazz do século XXI, o Sr Nicholson desprezou toda a nova safra de músicos inovadores como os pianistas Jason Moran e Vijay Iyer, o vibracionista Stefon Harris, o saxofonista Ken Vandermark, a cantora Cassandra Wilsson, o trompetista Dave Douglas, o clarinetista Don Byron, e muitos outros músicos inovadores que, por sinal, são todos formados em grandes universidades e escolas de música. Enfim, a mais pura verdade é que o jazz norte-americano, partindo do conservadorismo de Wynton Marsalis e sua geração de neo-boppers até músicos adeptos às técnicas pós-modernas, está inovando-se gradualmente sempre tendo como desafio maior não deprezar as heranças deixada pelos grandes mestres do passado. Enquanto isso, em outras partes do globo alguns músicos e grupos acreditam estar inovando o jazz com uma torrente de experimentalismos como o uso da eletrônica, do abstracionismo exarcebado, do noise e da manjada masturbação da Free Improvisation, quando a verdade é que esses mesmos músicos acabam por engrossar a casta de artistas que, na década de 70, se distanciaram do jazz como os saxofonistas Peter Broztmann, Evan Parker, por exemplo; tais músicos aproveitaram a liberdade imposta pelo Free Jazz e desenvolveram, a partir do final da década de 60, suas próprias técnicas e conceitos, os quais podem ser entendidos como sendo mais próximos aos conceitos da Música Erudita de Vanguarda da segunda metade do século XX do que do Jazz.

O que é relevante é que a Europa goza de vários cenários robustos onde a muito tempo se faz um jazz de muitíssima qualidade: a Itália, França, Portugal, Alemanha e a região da Escandinávia são exemplos de grandes redutos do Jazz. No contexto, a Europa como um todo sempre foi uma importante região de multiplas transformações culturais e de inovações artísticas, oque, numa suposta comparação, não fundamenta e nem qualifica o Jazz Europeu como sendo "mais vivo" ou "mais criativo" perante o Jazz Americano. A diferênça é que o Jazz está sujeito a mais transformações no velho continente do que nos EUA, onde é parte da cultura e tradição de um povo. Assim podemos entender porque que os músicos europeus imprimem um conceito de liberdade total, onde o termo é o experimentalismo e a inserção de recursos tecnlógicos, ingredientes que quase sempre resultam à invencionices. Por fim, podemos entender porque os músicos europeus muitas vezes renegam as tradicões norte-americanas inerentes ao Jazz. Já nos EUA o desafio e preocupação é inovar o jazz sem renegar as tradições e as heranças deixadas pelos grandes mestres do passado, pois tão importante quanto inovar é preservar as heranças deixada pelos grandes mestres: só assim a cultura do jazz se mantém viva e ao mesmo tempo atual. O sr Stuart Nicholson deveria ouvir o discos J Mood, Think Of One e Blood on the Fields: quem sabe, assim, ele entendesse que para ser criativo não precisa desvincular-se da tradição!


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