Carlos Malta é um dos muitos discípulos de Hermeto Pascoal, mas com uma carreira própria e já consagrada. Neste post falo do seu riquíssimo trabalho dentro dos terreiros da Música Instrumental Brasileira através de um trabalho muito peculiar, com o qual Malta mostra interessantes releituras do cancioneiro popular, bem como mostra interessantes abordagens através do uso de elementos diversos da cultura brasileira como o pife, as marchinhas, o frevo, o maracatu, o samba, o choro e até a MPB e o brazilian jazz. Carlos Malta evidencia, enfim, formações peculiares para mostrar suas abordagens: algumas dessas formações são as suas bandas Pife Muderno (zabumba, pandeiro, pífanos, bateria e percurssões afins), que resgata o estilo dos conjuntos de pífanos de Pernambuco e a interessante Coreto Urbano (com percussão, saxofones, flautas, trombone, bombardino, trompete, tuba e instrumentos de sopro afins), essa que resgata o estilo das antigas bandinhas de coreto com suas marchas, frevos, pagodes e maracatus.
Carlos Malta começou a carreira no ínicio dos anos 80 junto ao grande mestre Hermeto Pascoal, um dos músicos e compositores mais responsáveis pela configuração da nossa Música Instrumental Brasileira desde o início da década de 70, quando ele passou a lançar discos inovadores cheio experimentalismos e misturas de jazz-fusion com o samba, com o choro e vários elementos da música popular nordestina. De 1982 a 1993, então, Carlos Malta trabalhou como flautista e saxofonista do legendário Hermeto Pascoal e Grupo, passando a investir, em 1993, na sua carreira solo a partir do lançamento do disco Raibown, em parceria com o violoncelista suiço Daniel Pezzotti. Desde então, Carlos Malta passou a lançar grandes discos onde ele expõe seu carinho especial aos instrumentos de sopro e à cultura brasileira, em especial à cultura nordestina, como ele bem mostra com seu grupo Pife Muderno. A lista de discos é excelente: a não perder estão O Escultor do Vento (1998), Carlos Malta e Pife Muderno (1999), Pimenta (2000), Paru (2006) e Tudo Coreto (com o Coreto Urbano), cinco dos títulos da discografia de Malta que, apesar de numericamente modesta, já mostra ser de grande valor para a Música Instrumental Contemporânea Brasileira.
3 comentários:
nossa, que som louco! adorei!
Carlos Malta é um gênio. É figura certa entre os Top's do Brasil juntamente a Marcelo Martins, Mauro Senize, Sérgio Galvão, Ademir Júnior e galera da Spok Frevo Orquestra!
Pô Jazz Drummers, tú tá antenadão, heim bicho!!! rs
valeu Manito...logo logo tem mais coisas da Música Instrumental Brasileira!
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