Yeah, man! Afro Soco Soul Now! Há tempos que não posto algum material mais estilo fusion, pop, soul, funk ou world music aqui no Farofa Moderna. Sendo assim, apresento aqui - aos que não conhecem e recordo aos que conhecem, mas não se lembrava - Geraldo Pino, um grande artista africano dos tempos da revolução soul e funk - lá nos anos 60, época em que os grooves do James Brown infestaram-se nas festas e bailes da negritude nos EUA, Jamaica, Africa, Brasil e, também, fizeram muitos brancos sacudir na Inglaterra, França e Japão e noutros confins pra onde a música afro podia ser exportada e lá digerida.
Gerald Pine, apelidado por ele mesmo de Geraldo Pino, foi um grande fã e entusiasta da música de James Brown. E apesar do ostracismo que estigmatizou seu nome após o "sucesso exportação" de Fela Kuti, ele pode ser considerado o principal precurssor do Afro-Beat. Aliás, o próprio Fela Kuti, o pai do Afro-Beat, admitiria a influência de Pino, em 1984, ao falar da primeira vez em que viu o músico com sua banda com toda aquela parafernália de instrumentos eletrônicos na Nigéria, em 1966: "I was playing highlife jazz when Geraldo Pino came to town in '66 or a bit earlier with soul — that's what upset everything, man! He had all Nigeria in his pocket. Made me fall right on my ass, man!" Nascido em Serra Leoa, Geraldo Pino era filho de um advogado nigeriano. Apaixonado pela música afroamericana, ele se rebelou contra o pai após a morte súbita da sua irmã e sua mãe, seguindo vida independente ao fundar o Heartbeats, banda que viria ser uma das mais bem comissionadas de Freetown e em toda a África Ocidental nos anos 60 com suas versões das músicas de James Brown e do repertório da gravadora Motown. Após sucesso de público - o Heartbeats foi uma das primeiras grandes atrações televisivas quando a televisão chegou em Serra Leoa e Nigéria em 1962 - Geraldo Pino fundou a sua própria gravadora chamada simplesmente Pino Records. A partir daí, ele lançaria seus três e únicos albuns: Heavy, Heavy, Heavy, Afro Soco Soul (Live) e Let's Have a Party. O material musical contido nesses albuns é recheado de elementos tais como grooves característicos do funk, riffs um tanto bluesy, beats característicos dos tambores africanos, orgão Hammond, sintetizadores, guitarras elétricas em rompantes psicodélicos e inflamados spoken vocals. Aos que se interessarem em adquirir essas belezuras de discos, todos os três títulos citados foram reeditados em CD's em 2005, sendo possível comprá-los em sites como Amazon ou CDUniverse, ou seja, se antes eram raridades encontrada apenas em LP's, agora já vale a pena economizar uns "trocados" pra adquirí-los em CD. Para provar à vocês que vale a pena, deixo pra download o disco Heavy, Heavy, Heavy: basta clicar aqui no link da Comunidade do Blog Farofa Moderna no Orkut, e você já estará de cara com o link de download.
2 comentários:
Som maneiríssimo - herdeiro de George Clinton e James Brown esse Mr. Pino (que não conhecia).
Valeu, Mr. Pita - outro grande garimpeiro de sonoridades e inimigo mortal da banalidade e do mau gosto!!!!
A banalidade e o mau gosto não tem espaço em nossa alma, espírito e coração, Mr Érico, pois eles foram moldados e esculpidos com as notas do bebop, com os grooves dos anos 60 e com a arte em seu estado mais puro, criativo e espontâneo! rs
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