David Kikoski: eis aí mais um artista fantástico da igualmente fantástica gravadora Criss Cross, empresa fonográfica especializada pura e somente em jazz e fundada pelo holandês Gerry Teekens. Na minha humilde opinião, nenhuma gravadora – nem mesmo a Blue Note – tem, hoje, um cast list tão grande, tão recheado de artistas excelentes e que trabalha tão – e somente – focada no jazz, reafirmando uma estética contemporânea que abrange do neo-bop às abordagens mais "elásticas" do post-bop moderno. Aliás, fazendo um comparativo, poderíamos dizer que assim como a gravadora alemã ECM – que, ao contrário, é por demais eclética –, a Criss Cross chega ao século 21 cravando uma forte identidade sonora nos ouvidos da crítica e público norte-americano através do seu modern mainstream. Assim como a Blue Note nos anos 50 e 60, nenhuma outra gravadora descobriu e/ou impulsionou tantos músicos – e impressionantemente todos da maior qualidade – quanto a Criss Cross vem descobrindo desde o início da década de 90. Foram tantos: Kenny Garrett, Eric Alexander, Chris Potter, Orrin Evans, Kurt Rosenwinkel, David Kikoski, Seamus Blake, Mark Turner, Alex Sipiagin, Walt Weiskopf, Wycliffe Gordon...entre muitos outros. O fato é que Gerry Teekens mostrou desde o começo da sua empreitada que queria montar uma gravadora totamente focada em jazz, nos mesmos moldes da Blue Note como essa era no anos 50 e 60. Tanto que, em meados dos anos 80, ele e seu engenheiro, o fantástico Max Bolleman, foram aos EUA visitar o estúdio de Rudy Van Gelder e se interar do recente estouro do jazz da geração Young Lions. Pois, então, ele conseguiu: a despeito das barreiras e dificuldades econômicas e depois de duas décadas passadas, Gerry Teekens conseguiu, de fato, a façanha de ter feito da sua pequena gravadora uma das maiores da atualidade e, mais do que isso, uma gravadora que já foi para os anos 90 e é para o jazz contemporâneo o que a Blue Note foi para o Hard Bop e Soul-Jazz dos anos 50 e 60. Só lhe está faltando ter uma distribuidora no Brasil, pois as pessoas que quiserem adquirir os dicos Criss Cross terão que optar apenas por compras on line no site da Amazon ou CDUniverse: até onde sei, não há lojas de discos e nem livrarias que vendem CD's da gravadora aqui em solo tupiniquim.
disco: Almost Twilignt (2000) - David Kikoski: piano; Jeff "Tain" Watts: bateria; John Paititucci: bass.
O pianista David Kikoski, assim como o trompetista Alex Sipiagin, é mais uma das várias provas do senso musical apurado de Gerry Teekens. Ele é, de fato, um dos mais distintos pianistas do modern mainstream ao lado de Brad Mehldau, por exemplo (claro que que aí considera-se as diferenças de estilos, bem como de sucesso comercial de Mehldau; mas Kikoski é um improvisador fora de série). Nascido em 1961, David Kikoski estudou na Berklee College of Music nos anos 80, onde conheceu Pat Metheny, de quem chegou a ser colaborador por diversas vezes. Na década de 90, por exemplo, Kikoski gravaria um disco com Metheny e o baterista Roy Haines que seria, desde então, um grande amigo e parceiro (vide os discos Te-Vou!/Praise, de 1994, e Homecoming, de 1991). Mas sua ascensão, como sideman bem requisitado, aconteceu quando ele se mudou definitivamente para Nova York, em 1984. Daí em diante ele gravaria com muitos dos maiores músicos veteranos e com as maiores bandas que tinham conexão com aquele cenário: Randy Brecker, Joe Henderson, Ron Carter, Al Foster, Buster Williams, Bob Berg, George Garzone, Barry Finnerty, Red Rodney, Craig Handy, Ralph Moore, Didier Lockwood e a Mingus Big Band. Em 1989 ele gravou seu primeiro álbum, Pressage: com um trio constituído de Eddie Gomez e All Foster. Já em seu segundo disco, Persistant Dreams, as participações incluíram as de Randy Brecker e Billy Hart. Com esse prestígio de estar sempre colaborando – ou acompanhado – com os melhores veteranos, Kikoski não teve nenhuma dificuldade de alavancar sua segunda fase da carreira: a fase de ascensão como líder. De 1989 a 1994 ele gravou seus primeiros três álbuns para pequenos selos como Freelance, Triloka e Epicure Recors (na época uma pequena etiqueta pertencente à Sonny). Não obstante, a sua agenda passou a contar cada vez mais com os maiores músicos de nova York, passando a ser um dos pianistas mais cobiçados por músicos veteranos e por outros jovens igualmente em ascensão: e aí estou falando de feras como John Scofield, Ravi Coltrane, Chris Potter, Christian McBride, Joey Baron, Dave Holland, Mike Stern, Chick Corea, Toots Thielemans, Pat Metheny, Victor Lewis, Tom Harrell, Gary Thomas, Marcus Miller e Michael Brecker. Em 1998, enfim, o produtor Gerry Teekens viu o prestígio de Kikoski no cenário nova-iorquino e resolveu contratá-lo para sua Criss Cross Records, onde o pianista já lançou 11 discos - incluindo o último, Mostly Standards, que conta com as baquetas do fantástico baterista Jeff “Tain” Watts” e a eficácia do contrabaixista Eric Revis.
Em seus mais de dez anos na Criss Cross, David Kikoski vem atuando em ziguezague com dois combos específicos, tendo sidemans mais ou menos definidos: um trio (de piano, baixo e bateria) e um quarteto (de sax tenor, baixo, piano e bateria) – o que indica que Gerry Teekens exige que seus músicos trabalhem com combos fechados e definidos, haja vista que cada músico tem sua banda mais ou menos definida, tal como o saxofonista Walt Weiskopf e o trompetista Alex Sipiagin, os quais obtêm grande êxito com seus sextetos. Em 2000, por exemplo, Kikoski gravou o disco Almost Twilight com um trio fantástico formado com Jeff “Tain” Watts (bateria) e John Patitucci (contrabaixo). Em 2002 foi a vez de gravar no formato de quarteto, liderando Jeff “Tain” Watts (bateria), Boris Kozlov (baixo) e Seamus Blake (sax tenor). Em 2004 ele voltou a gravar em formato de trio: trata-se do disco Details com Larry Grenadier (baixo) e Bill Stewart (bateria). Em 2006 ele gravou o excelente Limits – de novo com um quarteto: com Seamus Blake (sax tenor), Larry Grenadier (contrabaixo) e Bill Stewart (bateria). O último, Mostly Standards, de 2009, é com um trio que tem Jeff “Tain” Watts (bateria) e Eric Revis (contrabaixo). Com trios e quartetos constituídos por músicos tão fantásticos, fica difícil citar um favorito. Mas desses citados, deixo pra download o fantástico Almost Twilight, de 2000. Para baixar esse disco, basta acessar a Comunidade do Blog Farofa Moderna no Orkut (ao clicar neste link, qualquer pessoa cadastrada no Orkut já terá acesso à página onde o link de download foi postado, não necessitando, portanto, de maiores procuras). As fotos usadas neste post foram cedidas gentilmente por Juan-Carlos Hernandez, fotógrafo especializado em jazz, do qual ja falei alguns post anteriores.
disco: Almost Twilignt (2000) - David Kikoski: piano; Jeff "Tain" Watts: bateria; John Paititucci: bass.
O pianista David Kikoski, assim como o trompetista Alex Sipiagin, é mais uma das várias provas do senso musical apurado de Gerry Teekens. Ele é, de fato, um dos mais distintos pianistas do modern mainstream ao lado de Brad Mehldau, por exemplo (claro que que aí considera-se as diferenças de estilos, bem como de sucesso comercial de Mehldau; mas Kikoski é um improvisador fora de série). Nascido em 1961, David Kikoski estudou na Berklee College of Music nos anos 80, onde conheceu Pat Metheny, de quem chegou a ser colaborador por diversas vezes. Na década de 90, por exemplo, Kikoski gravaria um disco com Metheny e o baterista Roy Haines que seria, desde então, um grande amigo e parceiro (vide os discos Te-Vou!/Praise, de 1994, e Homecoming, de 1991). Mas sua ascensão, como sideman bem requisitado, aconteceu quando ele se mudou definitivamente para Nova York, em 1984. Daí em diante ele gravaria com muitos dos maiores músicos veteranos e com as maiores bandas que tinham conexão com aquele cenário: Randy Brecker, Joe Henderson, Ron Carter, Al Foster, Buster Williams, Bob Berg, George Garzone, Barry Finnerty, Red Rodney, Craig Handy, Ralph Moore, Didier Lockwood e a Mingus Big Band. Em 1989 ele gravou seu primeiro álbum, Pressage: com um trio constituído de Eddie Gomez e All Foster. Já em seu segundo disco, Persistant Dreams, as participações incluíram as de Randy Brecker e Billy Hart. Com esse prestígio de estar sempre colaborando – ou acompanhado – com os melhores veteranos, Kikoski não teve nenhuma dificuldade de alavancar sua segunda fase da carreira: a fase de ascensão como líder. De 1989 a 1994 ele gravou seus primeiros três álbuns para pequenos selos como Freelance, Triloka e Epicure Recors (na época uma pequena etiqueta pertencente à Sonny). Não obstante, a sua agenda passou a contar cada vez mais com os maiores músicos de nova York, passando a ser um dos pianistas mais cobiçados por músicos veteranos e por outros jovens igualmente em ascensão: e aí estou falando de feras como John Scofield, Ravi Coltrane, Chris Potter, Christian McBride, Joey Baron, Dave Holland, Mike Stern, Chick Corea, Toots Thielemans, Pat Metheny, Victor Lewis, Tom Harrell, Gary Thomas, Marcus Miller e Michael Brecker. Em 1998, enfim, o produtor Gerry Teekens viu o prestígio de Kikoski no cenário nova-iorquino e resolveu contratá-lo para sua Criss Cross Records, onde o pianista já lançou 11 discos - incluindo o último, Mostly Standards, que conta com as baquetas do fantástico baterista Jeff “Tain” Watts” e a eficácia do contrabaixista Eric Revis.
Em seus mais de dez anos na Criss Cross, David Kikoski vem atuando em ziguezague com dois combos específicos, tendo sidemans mais ou menos definidos: um trio (de piano, baixo e bateria) e um quarteto (de sax tenor, baixo, piano e bateria) – o que indica que Gerry Teekens exige que seus músicos trabalhem com combos fechados e definidos, haja vista que cada músico tem sua banda mais ou menos definida, tal como o saxofonista Walt Weiskopf e o trompetista Alex Sipiagin, os quais obtêm grande êxito com seus sextetos. Em 2000, por exemplo, Kikoski gravou o disco Almost Twilight com um trio fantástico formado com Jeff “Tain” Watts (bateria) e John Patitucci (contrabaixo). Em 2002 foi a vez de gravar no formato de quarteto, liderando Jeff “Tain” Watts (bateria), Boris Kozlov (baixo) e Seamus Blake (sax tenor). Em 2004 ele voltou a gravar em formato de trio: trata-se do disco Details com Larry Grenadier (baixo) e Bill Stewart (bateria). Em 2006 ele gravou o excelente Limits – de novo com um quarteto: com Seamus Blake (sax tenor), Larry Grenadier (contrabaixo) e Bill Stewart (bateria). O último, Mostly Standards, de 2009, é com um trio que tem Jeff “Tain” Watts (bateria) e Eric Revis (contrabaixo). Com trios e quartetos constituídos por músicos tão fantásticos, fica difícil citar um favorito. Mas desses citados, deixo pra download o fantástico Almost Twilight, de 2000. Para baixar esse disco, basta acessar a Comunidade do Blog Farofa Moderna no Orkut (ao clicar neste link, qualquer pessoa cadastrada no Orkut já terá acesso à página onde o link de download foi postado, não necessitando, portanto, de maiores procuras). As fotos usadas neste post foram cedidas gentilmente por Juan-Carlos Hernandez, fotógrafo especializado em jazz, do qual ja falei alguns post anteriores.
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