No quesito jazz contemporâneo americano há, pelo menos, quatro contrabaixistas que, com a áurea de líderes, figuram entre os mais ovacionados pela excelência e criatividade com que dirigem seus projetos: o onipresente Christian McBride (37) - músico que, desde sua revelação sob a batuta de Wynton Marsalis, passou a ser o contrabaixista mais aclamado dos EUA -, o bem articulado Ben Allison (43) - um dos "cabeças" do grupo moderno de compositores Jazz Composers Collective -, o versártil Avishai Cohen (39) - músico israelense evidenciado nos interessantes trabalhos acústicos de Chick Corea no início da década de 90 - e, por fim, o veterano Mario Pavone (70) - músico que, na dúvida, desistiu da profissão de engenharia assim que compareceu ao funeral de John Coltrane em 1967, iniciando, logo em seguida, sua carreira junto ao grande pianista Paul Bley, carreira essa que, entre altos e baixos, nunca mais parou de dar bons frutos.
Ao contrário dos jovens McBride, Allison e Cohen, o veterano Pavone não conheceu o renome em seus anos de mocidade - considerando, aí, que "mocidade" para um músico de jazz seja o período compreendido entre a idade dos 20 até 40 e poucos anos. Mas enquanto sideman, ele sempre foi um dos mais queridos contrabaixistas dos músicos de avant-garde (leia-se free jazz e livre improvisação), colaborando com Paul Bley (1968-72), Bill Dixon (nos anos 80), Thomas Chapin (1990-97), além de co-liderar uma série de notáveis trabalhos com Anthony Braxton, Wadada Leo Smith, Marty Ehrlich e, mais recentemente, Michael Musillami. A criatividade de Mario Pavone, porém, mostrou-se atemporal frente às "ironias dos destino" e os vai-e-vêm estilísticos do jazz que, após os experimentalismos da década de 60 e 70, hoje está mais sóbrio no sentido de estar condensando e tradicionalizando todas as técnicas e inovações impostas pelos grandes exploradores de outrora. E é dessa forma - mostrando trabalhos com um bom apanhado de técnicas e possibilidades sonoras - que Mário Pavone compõe e lidera seus projetos, passando a adquirir, atualmente, considerável renome entre os exigentes críticos do jornal New York Times e dos sites All Music Guide e All About Jazz, entre outros holofotes especializados.
Oriundo do cenário Loft Jazz dos anos 70 - cenário do free jazz nova-iorquino, no qual os músicos se apresentavam apenas em "guetos" e "lofts", já que o rock, o funk e o fusion dominaram a maioria dos espaços de música - Mario Pavone fez parte do conjunto Bill Dixon's Orchestra of the Streets e, em 1975, ele voltou para Connecticut (onde havia ingressado na universidade) para ser um dos membros-fundadores da New Haven - Creative Music Improvisers Forum (CMIF) -,junto à músicos como Wadada Leo Smith, Gerry Hemingway, Wes Brown, Reverend Dwight Andrews, dentre outros. Atualmente, depois de ter atuado com as estéticas do free jazz e da livre improvisação, Mario Pavone concentra seu trabalho entre as estéticas do Modern Creative e o Post-Bop da recente geração de "jovens" como Tonny Malaby, Michael Sarin, Peter Madsen, Gerald Cleaver, Craig Taborn, Matt Wilson, dentre outros. Foi com essas estéticas que Pavone passou a mostrar o tino composicional que hoje o eleva ao rol dos contrabaixistas e compositores mais requintados do jazz contemporâneo. Lançando discos pelo selo Knitting Factory e depois estabelecendo estadia na ainda desconhecida gravadora Playscape - fundada pelo veterano guitarrista Michael Mussilami -, o contrabaixista vem arrancando aplausos da crítica especializada após lançamentos como Dancer's Tales (Knitting Factory 1997), Orange (Playscape 2003) e os excelentes Deez to Blues (Playscape 2006) e Op-Ed (Playscape 2000), esse em parceria com o próprio Mussilami. Enfim, chegando na altura dos 70 anos de idade, Mario Pavone mostra que só sua idade envelheceu: o seu jazz continua cada vez mais jovem! A não perder estão os recém-lançados Trio Arc e Ancestor, ambos pela Playscape. (Clique na imagem do disco e ouça o disco Dezz to Blues no meu site - lembrando que é preciso se cadastrar no Multiply). Ouça, também, o Podcast dos Contrabaixistas do Jazz Contemporâneo, onde eu abordo o nome de Pavone.
Ao contrário dos jovens McBride, Allison e Cohen, o veterano Pavone não conheceu o renome em seus anos de mocidade - considerando, aí, que "mocidade" para um músico de jazz seja o período compreendido entre a idade dos 20 até 40 e poucos anos. Mas enquanto sideman, ele sempre foi um dos mais queridos contrabaixistas dos músicos de avant-garde (leia-se free jazz e livre improvisação), colaborando com Paul Bley (1968-72), Bill Dixon (nos anos 80), Thomas Chapin (1990-97), além de co-liderar uma série de notáveis trabalhos com Anthony Braxton, Wadada Leo Smith, Marty Ehrlich e, mais recentemente, Michael Musillami. A criatividade de Mario Pavone, porém, mostrou-se atemporal frente às "ironias dos destino" e os vai-e-vêm estilísticos do jazz que, após os experimentalismos da década de 60 e 70, hoje está mais sóbrio no sentido de estar condensando e tradicionalizando todas as técnicas e inovações impostas pelos grandes exploradores de outrora. E é dessa forma - mostrando trabalhos com um bom apanhado de técnicas e possibilidades sonoras - que Mário Pavone compõe e lidera seus projetos, passando a adquirir, atualmente, considerável renome entre os exigentes críticos do jornal New York Times e dos sites All Music Guide e All About Jazz, entre outros holofotes especializados.
Oriundo do cenário Loft Jazz dos anos 70 - cenário do free jazz nova-iorquino, no qual os músicos se apresentavam apenas em "guetos" e "lofts", já que o rock, o funk e o fusion dominaram a maioria dos espaços de música - Mario Pavone fez parte do conjunto Bill Dixon's Orchestra of the Streets e, em 1975, ele voltou para Connecticut (onde havia ingressado na universidade) para ser um dos membros-fundadores da New Haven - Creative Music Improvisers Forum (CMIF) -,junto à músicos como Wadada Leo Smith, Gerry Hemingway, Wes Brown, Reverend Dwight Andrews, dentre outros. Atualmente, depois de ter atuado com as estéticas do free jazz e da livre improvisação, Mario Pavone concentra seu trabalho entre as estéticas do Modern Creative e o Post-Bop da recente geração de "jovens" como Tonny Malaby, Michael Sarin, Peter Madsen, Gerald Cleaver, Craig Taborn, Matt Wilson, dentre outros. Foi com essas estéticas que Pavone passou a mostrar o tino composicional que hoje o eleva ao rol dos contrabaixistas e compositores mais requintados do jazz contemporâneo. Lançando discos pelo selo Knitting Factory e depois estabelecendo estadia na ainda desconhecida gravadora Playscape - fundada pelo veterano guitarrista Michael Mussilami -, o contrabaixista vem arrancando aplausos da crítica especializada após lançamentos como Dancer's Tales (Knitting Factory 1997), Orange (Playscape 2003) e os excelentes Deez to Blues (Playscape 2006) e Op-Ed (Playscape 2000), esse em parceria com o próprio Mussilami. Enfim, chegando na altura dos 70 anos de idade, Mario Pavone mostra que só sua idade envelheceu: o seu jazz continua cada vez mais jovem! A não perder estão os recém-lançados Trio Arc e Ancestor, ambos pela Playscape. (Clique na imagem do disco e ouça o disco Dezz to Blues no meu site - lembrando que é preciso se cadastrar no Multiply). Ouça, também, o Podcast dos Contrabaixistas do Jazz Contemporâneo, onde eu abordo o nome de Pavone.
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